O Casarão do Cirandar abriu suas portas oficialmente. O local recém-inaugurado abriga uma biblioteca, salas de aulas e integração e será espaço para projetos culturais organizados pela instituição.

A cerimônia e festa de inauguração, que ocorreu sexta-feira passada, contou com um ato de assinatura oficial do termo de cessão do prédio, com a presença de autoridades e representantes do governo federal, de parceiros e da sociedade civil. 

A nova fase da organização, marcada por sua ampliação, faz com que o projeto ganhe um novo propósito e se aproxime ainda mais da comunidade localizada no Centro Histórico de Porto Alegre – na Rua Duque de Caxias, 1.297.

O Cirandar é uma organização reconhecida por semear projetos de educação e democratizar o acesso ao livro, à leitura e à cultura popular, e celebrou ontem seus 17 anos de atuação. Nos primeiros 10 anos, o Cirandar atuou em um espaço cedido pelo município, em parceria com a Cia de Arte. 

Após isso, passou três anos em um prédio estadual e, agora, por meio do programa Imóvel da Gente, do governo federal, a organização assumiu a gestão do Casarão de mais de 900 metros quadrados.

Márcia Cavalcante, fundadora e coordenadora institucional do Cirandar, comenta que a ampliação do coletivo tem um impacto significativo tanto no orçamento quanto no planejamento e execução de novos projetos. E que o novo passo permitirá que haja um crescimento substancial e a organização inicie novas frentes de trabalho.

Para além disso, a fundadora destaca impactos imediatos no âmbito financeiro com o aumento orçamentário, que neste ano já dobrou em 50%. Entre as linhas de atuação, Márcia revela que intensificarão a garantia de direitos humanos em seus trabalhos, prezando pela promoção da igualdade racial, segurança alimentar e promoção da infância. 

Ampliação

O novo prédio conta com três andares e um espaço que permite atividades simultâneas. O Casarão foi reformado entre dezembro de 2024 e abril de 2025. O agora lar da instituição abriga a Biblioteca do Cirandar, com acervo adulto e infantil, a sala Paulo Freire, destinada a aulas, oficinas e encontros educativos e a sala Eliane Potiguara, um ambiente para ações culturais e reuniões. 

O espaço conta ainda com salas administrativas, de estudo e de exposições de arte. No futuro, ainda está nos planos a inauguração de dois estúdios de gravação para podcasts.

Para Márcia, o novo endereço celebra as ações da instituição e deixa uma “sensação de dever cumprido”. Entre os planos para o futuro, estão o fortalecimento das redes e parcerias de outros coletivos:

– A nova estrutura apoia o objetivo de continuar articulando e fortalecendo redes com outras organizações e coletivos, sempre em busca da justiça social, utilizando a cultura, a arte e a educação como direitos.

Ações com a comunidade

A biblioteca oferece uma variedade de projetos e programas comunitários que vão além da disponibilização do seu acervo principal. Entre as ações estão projetos voltados ao acesso à democratização da leitura, arte, cultura e formação. 

Alguns dos projetos são encontros de famílias leitoras, clube do livro para pessoas idosas e rodas de histórias. Além dos programas de formação, como as aulas de português para migrantes e a formação de empreendedorismo para venezuelanos. 

A biblioteca também realiza projetos de circulação de livros, como o Pegue e Leve, e também disponibiliza kits de livros para serem distribuídos a bibliotecas ou escolas que necessitem das obras. 

A maioria dos projetos é aberto ao público, para realizar a retirada dos livros é necessário realizar um cadastro gratuito apenas com o documento de identidade e um comprovante de residência. O espaço é aberto para moradores da Capital e da Região Metropolitana. Para saber mais sobre a iniciativa acesse o Instagram @cirandar.ong e conheça a instituição pelo site cirandar.org.br.

*Produção: Josyane Cardozo