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Situação crítica 

Com superlotação e restrições, emergências do SUS de Porto Alegre têm 43% dos pacientes vindos de outras cidades

Maiores demandas são de moradores de Viamão, Alvorada, Canoas e Gravataí  

31/10/2025 - 11h10min


Kathlyn Moreira
Kathlyn Moreira
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Lisielle Zanchettin
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Ronaldo Bernardi / Agência RBS/Agência RBS
Hospital de Clínicas opera com 220% de ocupação, ficando restrito a casos mais graves

Com superlotação e restrições recorrentes, as emergências adultas que atendem o Sistema Único de Saúde (SUS) em Porto Alegre têm 43% dos pacientes vindos de fora. O dado é da atualização do sistema da Secretaria Municipal de Saúde, que também identifica que a principal procura deste tipo vêm da Região Metropolitana, com moradores dos municípios de Viamão, Alvorada, Canoas e Gravataí.

A Santa Casa apresentava o pior cenário nesta quinta-feira (30), com 226% da capacidade. O hospital confirmou que a emergência segue restrita a casos de risco à vida. Dos 52 pacientes que estavam em observação, pelo menos 65% deles aguardavam leito em unidades de internação e 60% são de fora de Porto Alegre.

O Hospital de Clínicas opera com 220% de ocupação, ficando restrito a casos mais graves. Metade dos pacientes não é residente da Capital, segundo a instituição.

Já a emergência do Hospital São Lucas da PUCRS apresentou redução significativa em relação a segunda-feira, quando chegou a operar com 310% da capacidade. Nesta quinta, o índice está em 180%. 

Diferente dos outros casos, grande parte da demanda do São Lucas vem de Porto Alegre. Em 2025, quase 64% dos pacientes tiveram origem na Capital, e cerca de 30% da Região Metropolitana.

Já o Hospital Conceição, atua com 141% de ocupação, atendendo somente casos de risco. Segundo o Grupo Hospitalar Conceição (GHC), 55% dos pacientes são de fora de Porto Alegre.

Prefeitura reforça pedido de ajuda ao Estado

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre reforçou que solicitou ao Estado o remanejo de recursos para manter a ampliação de leitos hospitalares para enfrentar a sobrecarga crônica enfrentada pela rede de urgência e emergência da Capital. 

A pasta alega que "o pedido resultou em complementação de recursos financeiros para custeio dos hospitais, sem a obrigatoriedade de manutenção dos leitos abertos — o que não garante a continuidade da capacidade de atendimento".

A prefeitura ainda destacou que demanda adicional vinda de fora tem contribuído de forma significativa para a superlotação das instituições hospitalares. Classificando a questão como crítica, a secretaria diz que minimiza os impactos com a redistribuição de atendimentos do Samu, buscando equilibrar a ocupação entre os hospitais que enfrentam restrição.

"A SMS reforça que Porto Alegre não consegue enfrentar sozinha o cenário de superlotação e destaca a necessidade de uma organização conjunta entre a Região Metropolitana e o Estado para garantir assistência adequada à população", encerra a nota.

O que diz a Secretaria Estadual de Saúde

A Secretaria Estadual da Saúde (SES) afirma em nota que a quantidade de atendimentos realizados na Capital está no limite pactuado, entre 45 e 50%. Além disso, informou que a Regulação de Leitos está trabalhando para fazer a contrarreferência dos pacientes, principalmente os que moram na Região Metropolitana. O intuito é de que os casos retornem à cidade de origem.

O Estado também informou que prorrogou por mais um mês o Programa Inverno Gaúcho com Saúde, pagando R$ 17,9 milhões extras para todos os hospitais prestadores de serviço no SUS. Além de incrementar os incentivos através do SUS Gaúcho.

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