Retratos da Vida
Educação e terapia com apoio de animais no RS
Ação, uma parceria entre o projeto Pet Terapia e a Cootravipa, trabalha sustentabilidade e desenvolvimento pessoal das crianças.

Uma ação tem utilizado a convivência entre animais e crianças como ferramenta para o desenvolvimento dos pequenos. O projeto Pet Terapia leva diferentes espécies para as salas de aula com o objetivo de ser mais um recurso educativo e terapêutico no ambiente escolar. Na última terça-feira, foi a Escola Municipal Especial de Ensino Fundamental Professor Elyseu Paglioli que recebeu a atividade.
Os alunos participaram de uma manhã na companhia de uma cachorra, uma jabuti e uma coelha. A ideia de levar essa ação para a escola veio do RecicladaMente, projeto desenvolvido pela Cooperativa de Trabalho, Produção e Comercialização dos Trabalhadores Autônomos das Vilas de Porto Alegre (Cootravipa), que tem como proposta unir educação, inclusão social e inovação pedagógica.
Foi por terem essas características em comum que, este ano, a cooperativa decidiu convidar o Pet Terapia para se juntar as suas ações, que incluem também uma peça teatral infantil sobre separação de resíduos. Em 2025, o projeto já passou por nove escolas e contou com incentivo do Fundo Social do Sescoop-RS.
A vice-presidente da Cootravipa, Michele Fernandes, define o RecicladaMente como uma iniciativa voltada a formar uma comunidade mais consciente para o futuro. Segundo ela, a cada ano a cooperativa busca novas maneiras de abordar os temas sustentabilidade e meio ambiente.
Inclusão
Ao comentar sobre a escolha da Pet Terapia como parceira de 2025, Michele destaca o caráter inclusivo e o apoio que a atividade oferece na adaptação de conteúdos para crianças atípicas.
– É um projeto inovador, que veio como uma ferramenta para auxiliar no processo de aprendizagem.
E aí entra o tema da sustentabilidade: através dos animais, trabalhamos o cuidado com o ambiente e com os resíduos, o que torna o aprendizado muito mais fácil.
Para a vice-diretora da escola Professor Elyseu Paglioli, Simone de Lima, receber o projeto foi uma experiência marcante:
– Foi a nossa primeira vivência com esse tipo de trabalho. É importante essa interação com coisas diferentes no dia a dia, e também aproxima as crianças que já têm bichinhos em casa.
Um papel para cada bicho
A Pet Terapia nasceu de uma experiência em Triunfo. Em 2024, a professora Christina Simões de Lima Talayer, da Escola Farroupilha, criou, com seus alunos, o Galinheiro Sustentável, projeto que unia o cuidado com os animais, a responsabilidade ambiental e o aprendizado prático.
A proposta vai além do simples contato com os bichos. A interação com cães, coelhos, galinhas, porquinhos-da-índia e jabutis é usada como recurso educativo e terapêutico.
Os resultados são percebidos na autoestima, concentração e interação social dos alunos, especialmente no contexto da educação inclusiva. Segundo Cássia Hammes, uma das fundadoras do projeto, os principais avanços são observados nas áreas motora, comportamental e de inclusão.
Mediadores
A fisioterapeuta explica que a terapia assistida por animais é uma prática utilizada por profissionais da saúde para coordenar atividades com fins terapêuticos, em que cada animal introduzido nas sessões “atua como mediador do tratamento”.
Segundo Cássia, as aves estimulam a fala, o cachorro trabalha a coordenação de motricidade, e o jabuti é utilizado para trabalhar diferentes percepções.
Ela ainda destaca que atividades do dia a dia podem ser impactadas positivamente pela Pet Terapia:
– Nós observamos melhora na motricidade em tarefas como cortar papel para fazer um ninho ou alimentar um passarinho com sementinhas pequenas. Isso depois ajuda a criança a segurar o lápis e obter melhores resultados em sala de aula. O projeto também tem importância vital no manejo de comportamentos e emoções, especialmente em crianças atípicas, como as do espectro autista.
*Produção: Josyane Cardozo