Não sou uma pessoa sensível a filmes ou séries. Adoro produções de terror, não me abalo com filmes de guerra e sou aficionada por histórias de serial killers (tenho problemas?). Horror pra mim é ver bichinhos sofrendo, seja na ficção ou na vida real. Morrem mil pessoas no filme? Fico de boa. Morre um cachorro na telinha? Trauma irreparável pro resto da vida. 

Acho que esse é um sentimento que divido com muita gente, talvez por isso, produções com animais façam tanto sucesso com o público. O ser humano, de modo geral, tem uma relação cheia de afeto com seus amigos de quatro patas, e não é exagero dizer que os mascotes são, sim, membros da família. 

Cada vez mais, cães e gatos ocupam o espaço que, em outros tempos, seriam de bebês humanos. E tratá-los como filhos, ainda que tenha quem ache exagero, é algo cada vez mais comum. 

O amor incondicional por nossos bichinhos não é compreendido por algumas pessoas que não compartilham desse tipo de sentimento. Pelo mesmo motivo, há quem desdenhe da dor de alguém que perde seu filho peludo. Afinal, “é só um bicho”. Não, não é. E digo por experiência própria.

Saudade eterna

Há quase um ano, perdi minha Capitu, a gatinha tricolor que fez parte da minha vida por 12 anos. Era meu bebê e muitas vezes a chamava assim. 

Capitu era antissocial, não curtia ficar no colo e arranhava quando contrariada, mas também sabia os momentos em que eu não estava bem e vinha deitar no meu colo. Quando ela se foi, chorei por três dias sem parar, e até hoje (escrevendo esta coluna, por exemplo), uma lágrima cai. O luto quase invisível de quem enfrenta a morte de seu pet não tem todo o ritual destinado aos humanos. Mas dói do mesmo jeito, posso garantir. 

Hoje em dia, uma nova duplinha felina enche a casa: Rita Lee e Elis Regina. Mas a saudade da “filha” que se foi é eterna.