Papo Reto
TDAH não é piada
Colunista escreve no Diário Gaúcho aos sábados

Você daria risada se alguém fizesse uma piada sobre uma pessoa com câncer? Então, por que há tanta piada nas redes sociais sobre o TDAH? TDAH não é frescura. Se você acha que é, recomendo que leia este texto até o fim.
O T é de Transtorno. Quando a medicina usa esse termo, é porque existe uma condição que causa perturbação no funcionamento do corpo.
O D é de Déficit. Essa palavra, que parece difícil, significa ausência ou falta – e, em se tratando de saúde, quando falta algo, é perigoso.
O A é de Atenção. Essa atenção não é apenas esquecer onde deixou a chave ou os nomes das pessoas, mas também deixar de olhar as situações com calma e tranquilidade em momentos importantes, como no trânsito ou ao cuidar de alguém que precisa de ajuda.
A letra H é de Hiperatividade. Nesse caso, “hiper” quer dizer grande ou rápido demais, e “atividade” se refere ao funcionamento do cérebro. Apesar de parecer bom o cérebro funcionar mais rápido, nesse caso é ruim. Quando ele trabalha em ritmo acelerado, a pessoa não tem tempo de analisar as situações. Pessoas com hiperatividade, por exemplo, têm crises de ansiedade e maior risco de depressão, entre outras condições.
Estudos de uma universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, e de outra em Minas Gerais, aqui no Brasil, mostram que pessoas com TDAH têm maior chance de atentar contra a própria vida.
Infelizmente, muitos suicídios estão ligados à depressão, condição que também aparece em muitos casos de TDAH. Essa coluna é um alerta: quando alguém disser, em tom de brincadeira, que tem TDAH, não ria. Muita gente está perdendo a vida por causa da banalização desse assunto.