Susto
"Ainda não sei se sobrou alguma coisa", diz morador de apartamento atingido por incêndio no centro de Porto Alegre
Fogo começou no quinto andar do imóvel, com entrada pela Avenida Mauá, e foi controlado rapidamente


A manhã desta terça-feira (26) foi atípica para moradores do residencial Marechal Trompowsky, no Centro Histórico de Porto Alegre. Um incêndio, por volta das 9h30min, assustou os residentes do prédio, que tem 80 apartamentos e entradas pela Rua Siqueira Campos e Avenida Mauá.
O fogo começou em um apartamento no quinto andar do prédio. A moradora, de 84 anos, foi levada para atendimento ao Hospital de Pronto Socorro (HPS) com queimaduras. Um idoso também foi conduzido ao mesmo centro de saúde para atendimento por inalar fumaça. Os dois estavam em estado estável de saúde.
Pietro da Silva, 24 anos, é afilhado da idosa ferida e mora com ela no apartamento onde o fogo começou. Ele soube do fato quando estava no trabalho.
— Ela acabou se queimando principalmente na cabeça. Talvez em algumas outras partes do corpo também, mas quando ela tava aqui embaixo, já estava sendo tratada e consciente. Ainda não sei se sobrou alguma coisa no apartamento — contou.
O incêndio também atingiu imóveis imediatamente acima de onde começou o sinistro, do sexto e sétimo andares, o que coloca em três a quantidade de moradias danificadas. O prédio ao lado não foi atingido.
Cristiane Bittencourt, 62 anos, estava prestes a entrar no banho quando a cachorrinha Lola começou a latir pelo barulho da movimentação na rua.
— Senti um cheiro de queimado e vi muita fumaça preta. Olhei pela janela, e já tinha muita gente na rua. Botei uma roupa, peguei a bolsa, documentos, a cachorra e desci. Foi um susto, mas, graças a Deus, não aconteceu nada comigo — disse a psicanalista, que mora no 17º andar.
A aposentada Ana Luísa Antunes, 76 anos, soube do incêndio quando uma vizinha gritou que um apartamento estava pegando fogo.
— A gente não sabia o que estava acontecendo. Descemos pela escada até o 12 andar, depois não conseguimos passar por conta da fumaça e pegamos o elevador social com ajuda de um vizinho. Foi um baita susto — diz a moradora, que vive há mais de 30 anos no local.
Vela pode ter provocado o incêndio
Segundo o Corpo de Bombeiros Militar (CBM), o fogo começou pouco antes das 9h30min, em um apartamento do quinto andar, de frente para a Avenida Mauá.
— Conforme o relato dos moradores, uma senhora fazia o uso de velas no apartamento e cometeu esse acidente. Ela saiu no corredor já com queimaduras procurando o apoio dos vizinhos que acionaram os bombeiros — disse o capitão Marcelo Saouaya.
Cerca de 25 bombeiros atuaram no combate às chamas e controlaram o fogo em 20 minutos. No fim da manhã, a ocorrência bloqueia o trânsito na frente do prédio na Avenida Mauá, e não há previsão de liberação do trecho.
A Defesa Civil foi acionada para verificar eventuais danos na estrutura do imóvel. O prédio foi evacuado e não há autorização para entrar no momento até uma avaliação de riscos.