Direto da Redação
Émerson Santos: "Retrospectiva das pequenas coisas"
Jornalistas do Diário Gaúcho opinam sobre temas do cotidiano


Neste ano, iniciei a retrospectiva mais cedo. É que ver as lojas começarem a encher as vitrines de produtos natalinos e ouvir os amigos falarem sobre planos para as festas de final de ano me fez olhar para tudo que rolou em 2025. E que ano cheio de coisas para se pensar. Fomos de tarifaço e crimes chocantes a morango do amor e Bobbie Goods. Haja saúde mental para acompanhar tudo isso.
Apesar de todos esses grandes acontecimentos que ocorrem nos mundos virtual e físico, tenho me ocupado em pensar mais no micro, naquelas pequenas coisinhas que preenchem o nosso cotidiano. As pessoas que conheci na academia e que nunca mais revi, as conversas banais que tive com minha família, rolês aleatórios que facilmente foram esquecidos, conhecidos com quem perdi contato sem nem perceber.
Meu ponto é que o nosso ano é, basicamente, feito dessas pequenas ocorrências. É óbvio que temos sonhos e objetivos. É lógico que há os grandes acontecimentos que nos marcam profundamente. Mas, de forma geral, o dia a dia é formado por aquele grupo de experiências que são extremamente esquecíveis.
Olhar a vida
Bom de ter começado mais cedo a tal retrospectiva é observar os meses passados e, com calma, tentar perceber quantas dessas pequenezas foram mais significativas do que havia percebido.
Não falo aqui de fazer essa recapitulação do ano buscando avaliar milimetricamente os possíveis sucessos e fracassos, longe disso. Foco no pequeno. Apenas entendo esse movimento como um exercício legal de olhar a vida e, se preciso for, reorganizar os caminhos.
Seguindo na linha de observar o banal, tenho pensado principalmente naqueles momentos em que teria sido legal vivê-los com mais presença, sem ficar ansioso com o próximo compromisso. Não só dar um oi, mas parar e conversar um pouco com o vizinho. Largar o celular e escutar mais. Em resumo, entender que cada momento pode fazer diferença.