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Violência em SC

Gaúcho que confessou ter matado mulher em trilha de Florianópolis disse à polícia que "vozes em sua cabeça" o incentivaram a cometer crime

Caso ocorreu na Praia do Matadeiro, no sul da ilha

23/11/2025 - 17h51min


Adriana Irion
Adriana Irion
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CCE/UFSC / Divulgação
Catarina Kasten tinha 31 anos.

O gaúcho preso em flagrante pelo estupro e morte de Catarina Kasten, 31 anos, em uma trilha em Florianópolis (SC), disse a policiais que "vozes em sua cabeça" o incentivaram a cometer os atos.

Giovane Correa Mayer, 21, natural de Viamão, confessou o crime, ocorrido na sexta-feira (21) na Praia do Matadeiro, no sul da ilha. A Justiça converteu o flagrante em prisão preventiva por estupro e feminicídio.

Mayer contou que estava voltando de uma festa e havia ingerido bebida alcoólica. Imagens de câmeras de segurança captaram o momento em que ele se esconde atrás de uma lixeira antes de ingressar na trilha.

Isso ocorreu às 6h05min, 45 minutos antes de Catarina sair de casa para ir a uma aula de natação na praia da Armação. Às 6h53min, há outra imagem de Mayer correndo pela praia, 30 segundos depois de Catarina ter passado pelo local.

Às 9h, o marido da vítima estranhou ela não ter retornado, mas decidiu esperar. Perto do meio-dia, o companheiro, que faz parte do grupo de WhatsApp da natação, viu mensagens sobre pertences de Catarina terem sido achados na trilha. Ele falou com a professora de natação e soube que a esposa não tinha aparecido na aula. Foi quando acionou a Polícia Militar e familiares.

O corpo foi encontrado na mata da trilha por homens que passavam no local e também acionaram a polícia. 

Quando as primeiras imagens do suspeito surgiram nas câmeras de segurança, duas turistas relataram terem cruzado com um homem na mata. Elas haviam feito fotos dele, o que também ajudou a identificá-lo. Com isso, policiais militares foram até a casa dele.

Segundo registro policial, Mayer confessou o crime ainda no local. As roupas com as quais ele aparecia nas imagens das câmeras foram encontradas na casa. 

O homem foi levado para a delegacia, onde também admitiu ter estuprado e asfixiado Catarina. A perícia indicou que a causa da morte foi asfixia mecânica.

Quem era a vítima

Catarina era aluna de mestrado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O caso gerou comoção da comunidade acadêmica.

No sábado (22), foi realizado ato público em homenagem à Catarina, na Igreja da Armação, próximo à trilha onde a estudante foi encontrada morta. Na manifestação, os participantes também reivindicaram mais segurança para mulheres em Florianópolis.

Veja a nota da UFSC

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) comunica, com pesar e indignação, o falecimento de Catarina Kasten, aos 31 anos. Ela era aluna do Programa de Pós-Graduação em Inglês: Estudos Linguísticos e Literários na UFSC. Catarina foi vítima de feminicídio nesta sexta-feira, 21 de novembro, na trilha da Praia do Matadeiro, no sul de Florianópolis.

Um ato público deve ser promovido neste sábado, 22 de novembro, para lembrar a memória de Catarina, a partir das 7h, na Igreja da Armação, próximo à trilha onde a estudante foi encontrada morta. A manifestação também pedirá mais segurança para mulheres em Florianópolis.

Antes de estudar letras na UFSC, Catarina foi aluna da Engenharia de Produção, onde integrou o Centro Acadêmico Livre de Engenharia de Produção (CALIPRO).

A UFSC repudia veementemente qualquer forma de violência contra mulheres. A Universidade manifesta sua indignação com o caso de Catarina e pontua que tais ocorrências não podem ser naturalizadas. A UFSC confia nas instituições de estado para dar o devido encaminhamento, com todos os esclarecimentos necessários ao caso.

A Universidade junta esforços com todos os que buscam trabalhar para que tais acontecimentos não se repitam, fazendo coro à indignação da comunidade universitária e, ao mesmo tempo, se solidarizando com os amigos e os familiares de Catarina neste momento de dor.


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