Coluna da Maga
Magali Moraes: ciclone e ansiedade
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho


Na última semana, um assunto dominou as notícias aqui no RS e na Região Sul: a passagem do ciclone extratropical. Tantos alertas e expectativas. E, claro, a ansiedade crescente que esses eventos climáticos geram. O que fazer além de fechar bem as janelas, mudar os planos e torcer pra que não seja tão ruim? Estou escrevendo essa coluna na sexta à tarde. Até agora foi um dia normal de chuva em Porto Alegre, mas tudo indica que a madrugada de sábado vai ser tensa.
Ansiedade é quando a gente sofre antes da hora, mais do que deveria. Fica imaginando com detalhes o que nem sabe se vai acontecer. Ventos fortes sacodem as janelas da minha sala. Vão piorar? Qual será o tamanho do estrago nas casas, ruas, cidades e estradas? Quantas árvores cairão? E a ressaca no mar? Haverá temporal, alagamentos e tudo aquilo que ainda ecoa em quem viveu de perto a enchente do ano passado? Essas perguntas já terão sido respondidas até você ler a coluna nesta segunda-feira.
Mudanças
Enquanto isso, lá no Norte, em Belém do Pará, hoje começa a COP30 - Conferência das Nações Unidas sobre as mudanças do clima. Há quem ainda não leve a sério esse assunto, e prefira acreditar que só Hollywood faz catástrofes ambientais (luz, câmera, ação!). Se formos negacionistas, está tudo tranquilo, bora relaxar. Se formos bem informados, o coração quase sai pela boca. Você já ouviu falar de ecoansiedade? É um termo novo pra nomear essas emoções climáticas.
Os líderes mundiais fazem a parte deles, e nós a nossa. Porque qualquer pequeno cuidado com o meio ambiente já ajuda (ou alivia a consciência). Um ciclone extratropical causa transtornos por onde passa, inclusive em nossas mentes. Tomara que, ao ler essa coluna, você pense: “a Maga se preocupou à toa, foi só chuva acumulada”. As gramas estão hidratadas, as nuvens foram embora, o nível dos rios baixou, o tempo firmou, o sol abriu, o domingo foi lindo e hoje também será.