É a sinfonia dos infernos. Tem sempre uma serra funcionando atrás do tapume. Se você está com obra aí perto, vai entender. A gente acorda com barulho, toma café, almoça, só não janta com barulho porque a turma já foi embora nessa hora. Pra trabalhar em casa, haja concentração. O barulho da obra entra pelos ouvidos, desorienta, irrita, confunde as ideias. Não é só a maldita serra: são as marteladas, estacas e barras de ferro. O caminhão que entrega os tijolos, o dia de concretagem.

E tem as conversas, músicas e cantorias. Na praia, estou cercada de obras (e outras virão). Não sei se as construções na cidade são mais barulhentas do que as no litoral, mas tenho a impressão de que no ambiente urbano elas não agridem tanto. É um conjunto de ruídos sonoros, buzinas e freadas, guindastes e marteladas. Já no litoral, onde a expectativa é se cercar de quietude, o barulho de obra parece se destacar mais. Até os passarinhos cantam mais alto pra serem ouvidos.

Montanhas

E pode piorar. No apartamento de cima começaram uma reforma? Fuja pras montanhas, talvez lá não tenha obra. O que a gente pode fazer pra amenizar a barulheira? Colocar os fones e escolher músicas calminhas pra criar uma barreira sonora. Obra tem data pra terminar, o que não significa nada. Tudo atrasa, inclusive as reformas em casa. E quem medita, como faz? Pra competir com o barulho de obra, a gente sobe o volume da voz, aumenta a TV.

Melhor pensar nos barulhos que tranquilizam. O do mar, por exemplo. Tão lindo. Tomara que não tenha um funk gritando na caixa de som no guarda-sol ao lado. Se for baixa temporada, a praia vai estar vazia e você vai conseguir ouvir o som das ondas indo e vindo. Relaxe. Ouça as gaivotas cruzando o céu. Ouça os seus pensamentos. Outro barulho que faz bem é o do chuveiro ligando e a água caindo forte nos ombros. Uma cachoeira caseira só pra você. Escute a melodia, aproveite a paz.

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