Coluna da Maga
Magali Moraes e uma prova de fogo: o rodízio
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho


É possível comer pouco em um rodízio e se divertir igual? Por diversão, considere que sair pra jantar também é uma forma de lazer. Por pouco, entenda o suficiente pra matar a fome, sem passar mal depois ou ter que abrir o botão da calça ainda no restaurante. Fiz esse experimento científico pra contar aqui, caso interesse a você o tal equilíbrio alimentar. Sigo me reeducando em relação à comida, mas é só me privarem de algo que já quero comer aquilo (e em dobro).
Rodízio de pizza pode? Sim, por que não? Desde que você leve junto o bom senso. E não tenha voltado de uma ilha deserta, onde se manteve vivo comendo algas por dias a fio. Quando a gente pede em casa uma pizza grande com 4 sabores, o princípio é o mesmo: variar, que é o diferencial do rodízio em relação ao a la carte. Agora se pra você o que vale é comer até explodir, tirar a barriga da miséria e dar prejuízo ao restaurante, esquece. Estou falando grego aqui.
Gaveta
Sair da rotina e ir a um rodízio é dizer pra si mesma “eu consigo me controlar”. E ver se, na prática, consegue de fato. Fazendo escolhas e estabelecendo limites, a experiência é positiva. Pense em uma gaveta abarrotada de meias, onde não cabe mais nada. Forçando e empurrando pra dentro, vai que cabe mais algum par. Imagine seu estômago assim: a gaveta onde sempre cabe mais uma fatia, um repeteco, uma colherada, uma beliscada. O estômago dilata, a gaveta quebra.
Está vindo mais pizza? Dizer “Não, obrigada” pro garçom é uma baita conquista. Respira, solta os talheres no prato, tira os olhos das bandejas e olha ao redor, as pessoas, o movimento. Dá pra conversar, não só mastigar. É verdade que se come mais que o normal, mas ninguém vai a rodízio todos os dias. O segredo é retomar o controle. E dar uma compensada se você chutou o balde (acontece). Eu adoro pizza, e aprendi a comer menos pra não me privar. Prova de fogo é viver sem pizza, concorda?