Tenho uma dica incrível pra você: o filme aquele com o cara aquele, sabe qual? É com a mesma atriz que fez aquela série famosa. O quê? Não me diga que você não entendeu. Tá na ponta da língua, ai que aflição, daqui a pouco eu lembro o nome. Acontece também com você de ter uma informação bem clara dentro da sua cabeça, mas no momento de falar pra alguém não sai nada? A gente fica num jogo de adivinha, onde até as pistas pra decifrar o enigma são confusas e incompreensíveis.

Só se souber ler pensamentos pra descobrir. Ou se a memória pegar no tranco. Enquanto isso, o que fazemos? Usamos palavras como bengalas de apoio. A mais comum é “coisa” e suas variantes “coiso” e “coisarada”. Fiz aquela coisa de sobremesa. Perdi a coisa e não acho. Que coisa, não vem o nome da coisa. Peguei o elevador com o coiso do quinto andar. Como se usar a palavra no masculino ou feminino esclarecesse alguma coisa. O importante é não perder a linha de raciocínio.

Treco

Outro clássico pra disfarçar o esquecimento (e ganhar tempo até lembrar) é embolar a conversa acrescentando a palavra multi utilidades “treco”. Não achei a coisa e nem o treco. Deu um treco no homem, que coisa! Senti um treco quando vi o coiso. Fui comprar o treco e só tinha o troço (taí outra bengala boa). Fiz a receita do bolo, mas troquei o troço pelo treco que todo mundo gosta. Me contaram um troço doido. Resolveu o troço? Ah se fosse a traça. A trança. O traço. O trato. O troco. O tronco. O trote.

Mais uma dica valiosa pra terminar. Use e abuse da palavra “negócio”. Esqueça o mundo corporativo, as micro e pequenas empresas, o espírito empreendedor. É bengala mesmo. No almoço, coma aquele negócio. Na terapia, conte aquele negócio que você sentiu. No supermercado, pergunte em qual corredor tem o negócio de misturar. Na farmácia, peça o negócio de passar no cabelo. Tá na ponta da língua, dá uma coisarada nas ideias, logo vem.

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