"Feriado das promoções"
Quando é a Black Friday 2025 e o que os consumidores mais buscam na data
Dia oficial cai em 28 de novembro, mas movimenta o varejo nacional desde o início de novembro


A Black Friday de 2025 será em 28 de novembro, última sexta-feira do mês, conforme a tradição norte-americana. Isso porque, oficialmente, o evento ocorre no dia seguinte ao feriado de Ação de Graças.
No Brasil, a data já se transformou em um "feriado das promoções", com campanhas que se estendem por todo o mês e movimentam o varejo nacional desde o início de novembro.
Segundo pesquisa da CDL Porto Alegre, quase metade dos consumidores da Capital (47,9%) pretende fazer compras na data, enquanto outros 36,6% afirmam que "talvez" realizem algum gasto.
O levantamento mostra crescimento em relação aos anos anteriores, reforçando a Black Friday como um termômetro das vendas de fim de ano.
Da importação à tradição brasileira
A Black Friday chegou ao Brasil em 2010, como uma tentativa do varejo de reproduzir o sucesso norte-americano. O que começou como uma data "experimental", centrada nas lojas online, hoje é parte oficial do calendário de consumo, movimentando tanto o comércio eletrônico quanto as lojas físicas e os shoppings.
— O que temos notado é que a Black Friday vem ganhando espaço na jornada de compras do consumidor ao longo do ano. O cliente identifica oportunidades para conseguir, em alguns produtos e casos específicos, aquilo que realmente deseja — diz Oscar Frank, economista-chefe da CDL Porto Alegre.
O estudo da entidade mostra que 74,3% dos entrevistados já atribuem relevância à data, aumento de 6,9 pontos percentuais em relação ao ano passado.
Como o consumidor se comporta na data
A pesquisa da CDL aponta também que o público está mais organizado e racional nas decisões de compra. Em 2025, a maioria pretende adquirir produtos para si e para presentear, um indicativo de que muitos brasileiros já estão antecipando as compras de Natal.
— O consumidor cada vez mais atento às oportunidades tem utilizado ferramentas para realizar as melhores compras possíveis — indica o economista.
O percentual de quem pretende comprar tanto para uso próprio quanto para presente chegou a 54,8%, o maior desde o início do monitoramento. Os produtos mais desejados variam entre:
- Eletrodomésticos (34,9%);
- Eletrônicos (28%);
- Moda e acessórios (21,8%);
- Itens de casa e decoração (19,2%).
O valor médio de gasto também subiu: metade dos entrevistados (50,6%) planeja investir mais de R$ 1 mil durante o evento, reflexo do peso crescente da data nas finanças pessoais e do impacto do comércio digital.
Já a internet se consolida como o principal canal de compra, com 70,5% das pessoas planejando adquirir produtos online. A conveniência, o frete grátis e a facilidade de comparação de preços explicam o domínio do e-commerce, enquanto o comércio de rua e os shoppings aparecem em segundo plano, com 24% das menções.
O que mais atrai o comprador?
Pela primeira vez, o desconto progressivo superou o frete grátis como principal benefício percebido. Segundo a CDL, 47,5% dos consumidores consideram esse tipo de promoção o atrativo mais relevante da Black Friday, um sinal de que o público aceita gastar mais quando percebe vantagem real, como reduções adicionais a partir de determinado valor.
A preferência por condições cumulativas, cashback e programas de fidelidade mostram também uma mudança de mentalidade: o consumidor já não se deixa levar apenas pela sensação de "promoção imperdível".
Isso porque, agora, as pessoas comparam preços, monitoram produtos e avaliam se realmente precisam comprar — um comportamento que, segundo o especialista, representa um amadurecimento do público diante das experiências da famosa "black fraude", quando empresas simulam descontos.
— Aquela ideia de que os preços são maquiados antes da promoção tem perdido força. Uma das principais ferramentas que o consumidor dispõe hoje, gratuita e acessível, são os comparadores de preços. Essas plataformas permitem verificar o histórico de valores de cada produto, ajudando a entender se o desconto oferecido é realmente vantajoso — orienta Frank.
Principais recomendações
- Defina um limite de gastos antes das promoções
- Monitore o histórico de preços dos produtos desejados
- Use comparadores e sites de pesquisa para checar descontos reais
- Prefira lojas e vendedores com boa reputação e canais oficiais
- Avalie as formas de pagamento e as condições de entrega
- Desconfie de ofertas boas demais e evite compras por impulso
Por que se chama Black Friday?
A origem do nome tem mais de um século e duas explicações principais. A primeira remonta a 1869, quando dois investidores, Jay Gould e James Fisk, tentaram monopolizar o mercado de ouro nos Estados Unidos, causando um colapso financeiro que ficou conhecido como "sexta-feira negra".
Já a segunda versão, sendo a mais aceita, surgiu nos anos 1960, na Filadélfia, quando policiais passaram a usar o termo para descrever o caos no trânsito após o feriado de Ação de Graças. As ruas cheias de consumidores e congestionamentos marcaram a época, e os lojistas aproveitaram o fluxo para baixar preços e vender mais.
Com o tempo, o termo começou a ganhar um novo sentido: "voltar ao azul" (do inglês, em tradução não literal, going back to black), expressão usada para indicar o momento em que as lojas voltavam ao lucro após meses de contas no vermelho.