Esse não é um texto sobre comida, desculpe. Mas é sobre algo que também pode mexer com nosso estômago de várias formas. Gerando frio na barriga, um desconforto ou até mesmo aquela dor causada por uma crise de riso intensa. Falou de entretenimento, mais especificamente de cinema. E trago esse tema em razão de um “esforço” pessoal que coloquei em prática neste ano e quero levar para 2026.

Me dediquei a buscar, conhecer e assistir ainda mais obras do cinema nacional ao longo dos últimos meses. Infelizmente, há um estereótipo extremamente idiota, infeliz e recheado de um viralatismo que tenta relegar aos nossos que assistam sua própria realidade nas telonas. Isso num país que já produz diariamente um conteúdo audiovisual riquíssimo: as novelas.

Acervo vasto

Meu objetivo com esse texto é te lembrar de quebrar esse estereótipo e olhar mais para o que nossos cineastas têm produzido. Grande obras recentes como “Ainda Estou Aqui” (2024), de Walter Salles, e “O Agente Secreto” (2025), de Kleber Mendonça Filho, já tem nos feito ver o cinema brasileiro com olhos mais aguçados. Mas busque nos streamings por opções nacionais, faça disso também uma rotina dentro dos conteúdos que você consome. Entre os que consegui assistir neste ano, “Manas” (2025), de Marianna Brennand, por exemplo, é um soco no estômago, um triste retrato de uma realidade que muitos nem sabem que existe no próprio país. “Homem com H” (2025), de Esmir Filho, um retrato duro de uma lenda viva brasileira, Ney Matogrosso.

Citei apenas alguns exemplos mais recentes, mas o acervo é longuíssimo e disponível em vários meios. Busque, assista, incentive. Nosso cinema cresce aos olhos do mundo e deveria crescer mais aos nossos olhos também. Entre uma série ou filme estrangeiro e outro, tire duas horinhas da sua agenda de vez em quando para prestigiar aquilo que vem do nosso próprio lar.