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Ação social 

Casa Tulipa acolhe mulheres em vulnerabilidade na Restinga 

Organização que surgiu durante a enchente promove cursos e auxílios variados para vítimas de violência e seus filhos

18/12/2025 - 14h35min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
ONG Casa Tulipa/Divulgação
A professora do curso de cOstura, Cristina (E) e Geórgia (D), atual diretora da organização.

Com o objetivo de acolher mulheres que sofreram algum tipo de violência, a ONG Casa Tulipa promove atividades em quatro comunidades da Restinga, na zona sul de Porto Alegre. O espaço atende cerca de 450 mulheres e crianças e oferece apoio psicológico e cursos. As ações começaram durante a enchente do ano passado, quando voluntários realizaram resgates de famílias. 

Desde então, o grupo abriu o primeiro abrigo exclusivo para mulheres e seus filhos na Capital e, posteriormente, outro voltado apenas para mães atípicas. Atualmente, também distribui por volta de 500 marmitas por semana para quem precisa. Bernadete Prates é fundadora da ONG e relembra como foi o início:

– A gente tinha 30 mulheres, que eram do abrigo que a gente atendia e ficaram aqui na Restinga. Continuamos atendendo elas, que foram trazendo outras.



Funcionamento

Após esse período inicial, os voluntários da ONG buscaram mais apoio para a criação de um espaço de acolhimento. Hoje, a Casa Tulipa atende mulheres, crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.

– É um espaço para elas virem conversar. Temos duas psicólogas e uma médica que também fazem esse trabalho conosco, e fazem esse momento de acolhimento sem nenhum julgamento – comenta sobre os atendimentos oferecidos duas vezes por semana.

Lá, são feitas rodas de conversa para que todas se sintam confortáveis de contar as suas histórias e ter o apoio das colegas. Além das mulheres, outros grupos recebem amparo psicológico.

– Temos um grupo de adolescentes em contexto de transição e mães de LGBTs também – conta.

Quando a violência é mais recente, os voluntários têm cuidado redobrado para auxiliar as vítimas:

– Quando a violência é no mesmo dia, por exemplo, a gente leva para a delegacia, faz todo o processo junto.

O grupo organiza diversas atividades durante a semana para que as mulheres desenvolvam novas habilidades, se realoquem no mercado de trabalho e ganhem uma renda extra para suas famílias, vendendo seus próprios produtos. Além disso, o espaço promove atividades aos filhos dessas mulheres. São ministradas aulas de defesa pessoal, alfabetização, culinária e produção de itens de artesanato.

– A semana é cheia de atividades. Enquanto a gente tem o prédio aberto, a gente vai fazendo ele viver – comenta a fundadora.


Costura

A costureira Cristina Daudt estava produzindo peças de roupa para doar durante o período das enchentes. Ao buscar organizações para realizar as doações, encontrou a Casa Tulipa. Posteriormente, começou a participar ativamente das atividades da ONG.

– Acabei fazendo parte da turma da jornada das empreendedoras. E através disso, eu acabei me encontrando e querendo ensinar um pouco do que eu sei – comenta Cristina, que ainda no ano passado começou a dar aulas de costura no espaço.

– Hoje, sou a professora da ONG. Este ano, já conseguimos fazer a primeira formatura da aula da costura criativa através desses projetos. Ano que vem, já vai ter uma nova turma – diz.

Pelo menos uma vez por mês é realizada a Feira das Empreendedoras da Restinga, na qual a ONG vende os itens produzidos nos cursos. A organização ainda tem conseguido expandir suas vendas a feiras de outros bairros:

– Acabaram as aulas de costura e a gente montou uma feira no bairro Menino Deus. Levamos elas até lá para venderem – finaliza Bernadete.


Como participar dos cursos

/// A ONG Casa Tulipa fica na Rua Acesso Seis, Quadra G, 4.879.

/// Para participar das atividades, é necessário realizar a inscrição por meio dos formulários divulgados nas redes sociais da ONG. Novas turmas devem ser anunciadas no início do ano.


Doações

/// A Casa Tulipa necessita de auxílio em diversas frentes, como mais voluntários para prestarem apoio às mulheres e crianças que sofreram algum tipo de violência, insumos para a distribuição de marmitas e equipamentos para os cursos.

/// Para mais informações e destinar as doações, entre em contato pelo telefone de atendimento da organização, (51) 99516-3172, ou fale com Bernadete pelo WhatsApp, no número (51) 99015-0567.


*Produção: Gabriel Vieira


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