Teu Bolso
Especialista dá dicas para ter controle do dinheiro no bolso em 2026
O novo ano é uma oportunidade para observar o comportamento financeiro e fazer os ajustes necessários para se ter mais organização no período

Não é novidade: a virada do ano sempre se torna o momento de olhar para o futuro, traçar metas e alinhar sonhos. Ocorre o mesmo com as finanças.
O professor da Escola de Negócios da Fadergs Claudio Soares dos Santos aponta que, antes de olhar para 2026, o ideal é analisar a situação atual.
— Este é o momento de revisitar as dívidas, entender o que precisa ser ajustado e definir o que realmente importa para o próximo ano – diz o docente: — É fundamental olhar para o ano que passou com sinceridade, entendendo onde o orçamento funcionou e onde ele saiu do controle. Só assim é possível planejar o próximo ciclo com mais precisão.
Claudio ressalta que a comparação entre o que foi planejado e o que realmente aconteceu ajuda a identificar acertos e pontos que precisam de ajuste. Ele também recomenda priorizar dívidas com juros elevados e, sempre que possível, renegociá-las. Outro cuidado apontado pelo professor é reservar recursos para gastos típicos do início do ano, como IPTU, IPVA, seguros e matrícula escolar, que costumam pesar no bolso.
Para a organização do orçamento, é necessário diferenciar o que é indispensável do que pode ser reduzido. Para isso, o professor sugere que seja feita uma análise de pelo menos três meses de extratos bancários, faturas de cartão e comprovantes de transferências.
Além disso, ele indica que as despesas sejam classificadas por categorias, como alimentação, saúde, habitação, lazer e transporte.
— Quando a pessoa enxerga claramente onde o dinheiro está indo, fica mais fácil separar o que é realmente necessário e o que pode ser cortado ou ajustado — orienta Claudio.
Ferramentas
Segundo o professor, aplicativos de controle financeiro podem ajudar a automatizar o processo. Porém, diz que a forma mais fácil de organização e controle de finanças pessoais é a tradicional planilha. Além de conter todos os ingressos e saídas de dinheiro, esse recurso deve servir para acompanhar, mês a mês, o comportamento de consumo.
Como fazer uma planilha
/// Um modelo básico de planilha deve conter uma aba que registre todas as entradas e as respectivas fontes de receitas, como: a) salário líquido; b) horas extras; c) bonificações; d) 13º salários; e) rendimentos de investimentos; f) rendas extras.
— Essa descrição permite identificar quanto realmente ingressa por mês, bem como se o padrão varia — explica o professor Claudio.
/// Em cada entrada, deve estar registrada a data de recebimento e o valor recebido.
/// Em uma segunda aba da planilha, deve-se registrar todos os gastos, divididos em: despesas fixas, despesas variáveis, obrigações/dívidas.
Entenda cada categoria
a) Despesas fixas são o conjunto de gastos que se repetem mensalmente e possuem valores previsíveis, por exemplo: aluguel, condomínio, água, luz, gás, telefone/internet, educação, transporte/combustível e plano de saúde.
b) Despesas variáveis, como o próprio nome já diz, são aquelas que mudam dependendo do mês. É o caso do supermercado, farmácia, lazer e entretenimento, vestuário, presentes, restaurantes e compras pontuais.
— É indispensável que sejam registradas todas as pequenas compras, uma vez que são justamente esses pequenos gastos que contribuem para uma desorganização orçamentária — comenta Claudio. — É através das despesas variáveis que conseguimos identificar os desperdícios.
c) Por fim, no campo das obrigações/dívidas, colocam-se parcelamentos já existentes, como cartões, empréstimos, financiamentos e limites bancários.
/// Conforme o professor, na planilha de saída também é necessário constar a data, o valor previsto e valor pago:
— Com essas informações, é possível visualizar aumentos atípicos ou cobranças indevidas.
O que levar em conta em uma análise financeira
/// Identificar todas as fontes de renda
/// Listar gastos
/// Levantar dívidas
/// Revisar investimentos
Documentos para organizar logo no começo do ano
/// Comprovantes de renda (holerites ou contracheques)
/// Recibos de despesas dedutíveis, como saúde, educação, previdência e doações
/// Extratos bancários e de cartão de crédito
/// Comprovantes de investimentos
/// Informes de rendimentos
/// Comprovantes de pagamentos anuais
— Muita gente só lembra dos documentos na época do Imposto de Renda, mas reunir tudo com antecedência evita dor de cabeça e reduz a chance de erros na declaração – diz Claudio.
*Produção: Breno Bauer