Notícias



Em pleno calor

Falta de água impacta prática de esportes no Parque Marinha

Sem ter como molhar a areia, grupo que joga futevôlei reduziu tempo de permanência no local; cachorródromo também enfrenta o problema

07/12/2025 - 17h06min

Atualizada em: 07/12/2025 - 17h26min


Beatriz Coan
Beatriz Coan
Enviar E-mail
Bruno Todeschini/Agencia RBS
Roberto Maineri costumava molhar quadras de areia para aliviar o calor durante partidas de futevôlei.

Com temperaturas cada vez mais altas em Porto Alegre, a falta de água em parte do Parque Marinha do Brasil tem impactado frequentadores. Há pelo menos três meses quadras de areia, cachorródromo e chuveiro estão com os canos secos.

A área que reúne mais de 15 quadras esportivas, entre as de areia e de concreto, é ponto de encontro ao longo da semana. Entre os usuários estão jogadores de futevôlei como Roberto Maineri, 63 anos. O aposentado e outras 34 pessoas vão regularmente ao Marinha nos finais de semana para a prática do esporte.

— Eu venho todos os sábados e todos os domingos às 6h30min e faz três meses que parou a água. No horário em que eu chego a gente começa a jogar, e entre 10h30min e 11h tem que todo mundo ir embora porque a areia está quente — reclama Maineri.

A falta de água surpreendeu o aposentado, pois já fazia parte da rotina levar uma mangueira para molhar as areias das quadras. Com isso, ele e os companheiros de futevôlei conseguiam driblar o calor nos pés e prolongavam a prática do esporte por mais algumas horas.

A suspeita de Maineri é que a ausência da água esteja relacionada a uma obra que acontece no parque há um ano e nove meses. A antiga sede da Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude está sendo reformada e adaptada para servir como base da Guarda Municipal.

— Andaram mexendo no solo, passaram a patrola e parou a água — supõe.

Bruno Todeschini/Agencia RBS
Futura sede da Guarda Municipal está em reforma desde março de 2024.

Com a falta de água persistindo, inclusive num chuveiro que o pessoal utilizava para se refrescar e tirar a areia dos pés, o aposentado começou a verificar se outros espaços do parque também enfrentavam o problema. Foi então que descobriu que a situação era a mesma no cachorródromo.

Enquanto a reportagem visitava o local, sob o sol de 33°C na tarde de sexta-feira (5), dois jovens abordaram Maineri. Eles estavam jogando bola em uma das quadras de cimento e questionaram se ele tinha água para encher garrafas.

Dmae

Maineri se aposentou como servidor do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) e decidiu acionar os antigos colegas. Técnicos estiveram no local e identificaram parte do problema.

Em conversa com um dos trabalhadores da empresa responsável pela obra da sede da Guarda Municipal, a reportagem soube que um dos registros, que leva a água até o cachorródromo, está fechado devido a uma espera na tubulação para instalação de um chimarródromo. Apesar disso, a fonte informou que testes foram feitos e que o registro em questão não tem relação com a tubulação que vai até a área das quadras de areia.

Questionado sobre a situação, o Dmae respondeu em nota que não havia protocolo registrado sobre falta de água no Parque Marinha e que enviaria uma equipe ao local. Além disso, o departamento reforçou que a população deve solicitar as manutenções através do sistema 156.

Confira a nota completa:

"O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) informa que nenhum protocolo referente ao abastecimento de água do Parque Marinha do Brasil foi registrado no Sistema 156 até a tarde desta sexta-feira, 5. Uma equipe foi deslocada para a vistoria dos pontos nesta tarde. Após, se necessário, serão encaminhadas as medidas necessárias para o restabelecimento do fornecimento aos pontos que, eventualmente, estejam desabastecidos. A população deve solicitar a manutenção de equipamentos de água, esgotamento sanitário e drenagem urbana pelo Sistema 156, na opção 2."

Últimas Notícias