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Distribuição prejudicada

Mesmo com greve, agências dos Correios estão abertas em Porto Alegre, mas podem atrasar entregas

Reportagem de Zero Hora circulou pelas unidades da Capital neste primeiro dia de paralisação

17/12/2025 - 16h17min


Leticia Mendes
Leticia Mendes
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No primeiro dia de paralisação dos Correios no Rio Grande do Sul, após definição da categoria em assembleia geral na noite de terça-feira (16), Porto Alegre tem agências abertas nesta quarta-feira (17), mas com expectativa de impacto  no prazo das entregas. A mobilização não tem prazo para terminar.

Segundo o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos do Rio Grande do Sul (SINTECT-RS), Alexandre Nunes, a maior adesão à greve se dá entre os trabalhadores da área de distribuição.

— As pessoas estão sendo atendidas nas agências, mas o prazo das entregas será afetado. Hoje a gente tem uma adesão muito grande até o momento, principalmente no setor de distribuição em todo o Estado, em todas as regiões. E a nível nacional, nos principais Estados, onde tem o maior fluxo postal da Região Sul e Sudeste, as maiores bases aderiram à greve — afirma.

Além do Rio Grande do Sul, entre outros Estados que aderiram à paralisação estão Rio de Janeiro, Paraná, Paraíba, Ceará, São Paulo e Minas Gerais.

Manifestação

Na manhã desta quarta-feira, em Porto Alegre, trabalhadores se reuniram com faixas em frente ao Centro de Operações Postais, na Avenida Sertório, na Zona Norte. A manifestação se iniciou às 6h. 

— Nosso acordo coletivo está vencido há mais de 150 dias. A empresa está numa crise, uma crise que nós não criamos e está querendo colocar a crise toda nas nossas costas. Está querendo tirar direito dos trabalhadores —  ressalta Nunes. 

No Centro de Operações, os caminhões de carga foram impedidos de deixar o local até o fim da manifestação. Somente aqueles veículos carregados com as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e os que integram a campanha Papai Noel dos Correios tiveram saída autorizada. A Brigada Militar foi acionada e acompanhou a mobilização ao longo da manhã, mantendo conversa com os trabalhadores paralisados.

Por volta das 10h, o grupo se deslocou em direção ao Centro Histórico. Um novo protesto foi realizado em frente à agência central dos Correios, na esquina da Rua Siqueira Campos com a Cassiano Nascimento. A unidade seguia realizando atendimento, embora parte dos funcionários tenha decidido aderir à paralisação. 

A reportagem de Zero Hora circulou por outras agências de Porto Alegre durante a manhã, entre elas a localizada na Rua 24 de Outubro com a Coronel Bordini, no bairro Moinhos de Vento, onde o atendimento seguia sendo realizado normalmente. A mesma situação foi constatada em unidades de outros bairros, como Auxiliadora, Alto Petrópolis, Passo d'Areia e Vila Ipiranga.

Na agência da Avenida Protásio Alves com a Saturnino de Brito, na Zona Norte, o atendimento seguia normal, mas houve adesão à paralisação por trabalhadores no Centros de Distribuição Domiciliária (CDD) Vila Jardim, localizado ao lado.

Outras cidades

Além da Capital, em outros municípios do Estado houve adesão à greve. Entre eles estão Passo Fundo, no norte gaúcho, Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, e Torres e Osório, no Litoral Norte.

Em Passo Fundo, o serviço conta com a mão de obra de cerca de 150 funcionários entre dois CDDs e uma agência. A estimativa do diretor do Sindicato dos Correios do município, Gelson Luís Zapello, é que 80% do quadro integre o movimento.

— A empresa propõe retirar nossos benefícios, além de querer implantar a escala 12x36. Nós reivindicamos a manutenção do que já foi conquistado e por isso, a nossa paralisação ocorre em nível de região, Estado e Brasil. Esse rombo nos Correios não é culpa dos trabalhadores — defende.

A agência e os CDDs permanecerão abertos, mas o serviço deve ficar prejudicado uma vez que somente os gestores, que não paralisam, vão realizar o atendimento. Conforme Zapello, serão priorizados os Sedex — modalidade de entrega expressa. 

Zero Hora entrou em contato com os Correios para verificar os impactos da paralisação e ainda aguarda retorno.

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