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Moradores de Alvorada e Gravataí sofrem com buracos nas calçadas: "Ninguém apareceu mais"

Nos dois municípios da Região Metropolitana, há situações similares: erosões que atrapalham o cotidiano

12/12/2025 - 15h09min

Atualizada em: 12/12/2025 - 15h11min


diario gaucho
Leoni Costa/Arquivo Pessoal
Mesmo pouco visível, estrago sob o solo é grande

Um buraco no chão. Demora no atendimento. Moradores exaustos de buscar serviços eficientes. Esses elementos compõem o dia a dia de duas pessoas de cidades distintas da Região Metropolitana, que vivem situações semelhantes: Gravataí e Alvorada. 

Quem passa pela Rua Júlio Feijó, em Gravataí, pode não perceber um buraco que se abre na altura do número 250. Mesmo quase invisível superficialmente, ele traz incômodos aos moradores da residência de Leoni Costa, 55 anos, desde agosto deste ano. 

Com a câmera do celular, o morador percebeu que, sob a calçada, o espaço oco é grande, fundo e já ocupa a área da calçada da casa do vizinho. 

— Esse buraco está aumentando. Ele é na saída da minha garagem. Cada vez que eu passo com o carro ali, há uma depressão e sinto como se o solo não estivesse bem firme — explica.

Ele aponta que o motivo para isso é a erosão do solo, fenômeno que ocorre quando a água da chuva arrasta sedimentos:

— Eu ainda consigo sair com o carro, só me preocupo que uma hora dessa eu talvez vá sair com o carro e tudo caia.

Inicialmente, ele abriu um protocolo na Companhia Rio Grandense de Saneamento (Corsan), que, após vistoria, informou que a rede pluvial atingida era responsabilidade da prefeitura de Gravataí.

Em 25 de agosto, Leoni buscou o serviço de atendimento ao cidadão da prefeitura e abriu o primeiro protocolo. No dia seguinte, o pedido foi encaminhado para inclusão no cronograma de demandas da região. Porém, nada foi feito. 

Leoni acabou recorrendo a um vereador. Em 17 de setembro, um fiscal da prefeitura foi ao local e repassou a demanda à Secretaria de Infraestrutura. Depois disso, a situação voltou à estaca zero, onde está até agora. Conforme o protocolo, a situação segue encaminhada para inclusão no cronograma de obras.  

— Teve uma época que eu estava a fim de quebrar a calçada, ou fazer alguma coisa ali: pegar uma carga de brita e colocar no buraco para preenchê-lo. Mas me disseram que eu não poderia fazer esse tipo de ação porque, depois, a prefeitura poderia me responsabilizar por obstrução de tubulação.

O que diz a Secretaria de Gravataí

/// Na tarde de ontem (11), reportagem entrou em contato com a Secretaria de Infraestrutura de Gravataí. Em nota, o órgão informou que, ainda ontem, o coordenador regional da pasta esteve no local e fez vistoria, que sinalizou “a necessidade de conserto em rede de esgoto pluvial”.

/// Segundo a secretaria, o conserto foi agendado para o dia 17 de dezembro. 

"Meu carro tem que ficar na rua"

Susi Cristiane Barbosa/Arquivo pessoal
Câmera de segurança de Susi Barbosa registrou a reabertura do buraco

Já em Alvorada, na Rua Manoel de Almeida, 161, a prefeitura até apareceu e tentou corrigir o problema, mas a solução não durou muito. 

A moradora Susi Cristiane Barbosa, 49 anos, começou a buscar soluções para um buraco que também ficava em frente a sua garagem, que desde fevereiro deste ano trazia incômodos. Em junho, ela abriu um protocolo formal. A situação de Susi era mais extrema:

— Meu carro tem que ficar na rua. E é todo um transtorno quando eu tenho que fazer compras no supermercado, porque eu tenho que descer no meio da rua e levar para dentro. Ou quando tá chovendo, eu me molho, tudo porque eu não consigo entrar com o carro na garagem. 

No dia 4 de dezembro, depois de seis meses de espera, a prefeitura cobriu o buraco com areia e, por alguns dias, o problema pareceu estar resolvido. Com a chuva que caiu em seguida, porém, o problema voltou. 

— Agora choveu, a areia entrou toda para dentro. Eles tiraram a sinalização e o buraco está aberto. Deixaram dois canos ali na frente da minha casa e ninguém apareceu mais — comenta Susi. 

Ela diz que os trabalhos cessaram no local, mas, agora, o buraco está ainda maior. O problema se intensifica porque um poste de luz está queimado há tempos.

Secretaria de Alvorada se manifesta

/// Em nota, a Secretaria de Obras de Alvorada informou que a aplicação da base e de areia é necessária antes da pavimentação. 

/// A secretaria afirma que não tinha conhecimento do deslocamento da areia, mas que ainda hoje retornará ao local “para realizar os procedimentos definitivos”. Após isso, dará sequência às próximas etapas de recuperação.


*Produção: Breno Bauer


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