Infraestrutura
Ponte, maternidade, comportas: veja obras previstas para Porto Alegre em 2026
Principais intervenções envolvem áreas como mobilidade, saúde e proteção contra cheias


Em 2026, o cotidiano dos moradores de Porto Alegre será marcado pela continuidade ou pelo início de uma série de obras de impacto. As áreas envolvem desde mobilidade, como a destruição e reconstrução de uma ponte sobre o Arroio Dilúvio, saúde e proteção contra enchentes.
O secretário municipal de Obras e Infraestrutura, André Flores, afirma que as intervenções estão associadas a um conjunto de 300 melhorias previstas para serem realizadas até 2029 a um custo global de R$ 7 bilhões, conforme cronograma do programa POA Futura.
Entre as iniciativas que devem se desenrolar ao longo dos próximos meses está a continuidade das melhorias da infraestrutura de contenção de cheias. Devem prosseguir os serviços em casas de bombas e a correção do conjunto de comportas localizadas entre o Muro da Mauá e a Zona Norte. Esse trabalho deve ser finalizado com a substituição dos portões 11 e 12, junto à Avenida Castelo Branco.
As ações incluem ainda a área da saúde, como a construção de uma nova maternidade no Hospital da Restinga, na Zona Sul, além de reformas envolvendo unidades de atendimento em geral.
— São mais de 300 intervenções planejadas na cidade, e são multissetoriais porque envolvem mobilidade, secretaria de obras, acessibilidade, saúde, assistência social, a prefeitura inteira — acrescenta André Flores.
Veja, a seguir, sete das principais obras que devem ser realizadas ao longo de 2026.
Ponte na Ipiranga
A estrutura localizada sobre o Arroio Dilúvio, onde a Ramiro Barcelos cruza com a Ipiranga, será demolida para dar lugar a uma nova estrutura. Segundo o secretário André Flores, a passagem foi muito afetada pela enchente de 2024. Por isso, será construída uma nova ponte mais resistente a eventuais cheias e com o dobro da capacidade para suportar o peso de veículos.
— Estamos concluindo a fase interna da licitação, formatando orçamento. Esperamos lançar o edital no primeiro quadrimestre e, como será uma obra feita com pré-moldados, deve ficar pronta em cerca de seis meses — afirma o secretário.
O custo é estimado em torno de R$ 7 milhões.
Viaduto Otávio Rocha

Conforme a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi), o trabalho de recuperação estrutural está concluído, faltando apenas "arremates" a serem realizados ao longo de janeiro para a reforma ser concluída em definitivo. Foi lançado recentemente o edital para a gestão dos 31 espaços comerciais localizados na estrutura. Duas câmeras de vigilância já foram instaladas, e outras duas ainda serão implementadas. O viaduto também vai contar com iluminação cênica para valorizar os detalhes arquitetônicos. A obra teve início em 2022, com um custo final de cerca de R$ 19 milhões.
Maternidade na Restinga
O projeto, desenvolvido em parceria entre Smoi e Secretaria Municipal da Saúde, prevê a construção de uma nova maternidade junto ao Hospital da Restinga, na zona sul da Capital. A unidade deverá ter 91 leitos mediante investimento de cerca de R$ 50 milhões. A obra será iniciada em 2026 e, conforme previsão inicial divulgada pelo próprio hospital, deve ser concluída em 2028. Segundo a Smoi, a licitação já está em andamento.
— Será a maior maternidade pública dos nossos hospitais municipais. É uma obra que vai transformar em referência aquele hospital nessa questão de maternidade e de atenção infantil — diz Flores.
Comportas
A conclusão do processo de correção das deficiências apresentadas pelas comportas durante a cheia de 2024 deve ocorrer nos primeiros meses de 2026. Nos últimos meses, foram feitos ajustes como o fechamento em definitivo de parte dos portões e a reforma de outros localizados no Muro da Mauá. A última etapa é a substituição das comportas 11 e 12, localizadas no eixo da Avenida Castelo Branco. O investimento é de R$ 8,2 milhões, e previsão do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) é de que a instalação dos novos equipamentos seja feita até o fim do primeiro trimestre.
Casas de Bombas

Vão começar em 2026 as obras de qualificação das casas de bombas (responsáveis por auxiliar a drenagem da água da chuva), que incluem elevação de painéis eletromecânicos, instalação de geradores e substituição de motores. Os trabalhos vão começar por dois lotes com quatro unidades cada um. Outros dois lotes devem ser licitados em 2026. Já foram realizadas algumas intervenções em três estações como instalação de estruturas destinadas a evitar o avanço do Guaíba pelos poços e a colocação de tampas herméticas para também aumentar a segurança operacional.
Linhas de energia
Em 7 de novembro, foi firmado um acordo entre a prefeitura e a CEEE Equatorial para a instalação de linhas exclusivas de energia destinadas aos serviços de saneamento. Das 23 casas de bombas existentes na Capital, 22 receberão o novo sistema para garantir a continuidade do serviço mesmo sob episódios extremos de chuva e vento. O investimento será de R$ 18 milhões, com execução das obras em 12 meses. O contrato para a realização do serviço já foi assinado, conforme o Dmae.
Orla de Ipanema

A revitalização da orla de Ipanema, na Zona Sul, deve ser concluída no primeiro trimestre de 2026. As obras começaram em outubro de 2024 com previsão inicial de entrega para julho, prazo que já havia sido prorrogado para dezembro. O último balanço da prefeitura aponta que ao menos 90% do trabalho foi finalizado. O trecho revitalizado fica na Avenida Guaíba, entre as ruas Déa Coufal e a dos Tabajaras.