Epidemia
Porto Alegre lidera ranking de mortalidade por Aids no Brasil pelo décimo ano seguido
Capital registrou 12 óbitos a cada 100 mil habitantes no ano passado, aproximadamente o triplo da média nacional


Porto Alegre aparece, pelo décimo ano consecutivo, no topo do ranking nacional de mortalidade por Aids. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde no Boletim Epidemiológico de HIV e Aids e levam em conta informações entre 2014 e 2024.
Conforme o boletim, a Capital apresentou a maior taxa de morte pela doença do país no ano passado. Foram 12 óbitos a cada 100 mil habitantes, aproximadamente o triplo da média nacional.
Segundo a coordenadora de Atenção às Infecções Sexualmente Transmissíveis, HIV/Aids, Tuberculose e Hepatites Virais da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Daila Raenck, o dado preocupa o município.
— Vivemos uma epidemia importante no Estado, em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Não podemos admitir a grande taxa de mortalidade, mas, para termos redução de óbito, precisamos melhorar as taxas de detecção da doença.
Além da mortalidade, Porto Alegre aparece em primeiro lugar na lista dos municípios com maior taxa de detecção de infecção pelo HIV entre gestantes (14,9 por mil nascidos vivos). O valor é quase cinco vezes superior à média do Brasil.
O município registrou 1.321 novos casos de infecção pelo HIV no ano passado. Conforme o boletim, foram 590 casos de HIV e 731 de Aids. O número representa 43% das notificações do Rio Grande do Sul, que somou 6.269 casos no ano.
Mesmo diante do cenário, a Capital interrompeu a transmissão vertical do HIV, quando a doença é passada de mãe para filho. De acordo com a SMS, a taxa está abaixo de dois casos para cada 100 crianças expostas.
Os dados apontam que o município atingiu a meta internacional. Com isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu Porto Alegre com o "Selo Prata". Para a pasta, a conquista reforça o trabalho das equipes de saúde na cidade.