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Telescópio Hubble completa 25 anos nesta sexta

Fotógrafo mais famoso do universo, telescópio revelou galáxias, detalhou planetas e ajuda a desvendar os mistérios da criação

23/04/2015 - 04h04min

Atualizada em: 23/04/2015 - 04h04min


ESA / Divulgação

Celebrado por pesquisadores como um dos instrumentos mais úteis à ciência, o telescópio Hubble completa, nesta sexta, 25 anos em órbita espacial. Em seu aniversário, segue dando presentes - imagens que mostram o nascimento de estrelas, revelam galáxias escondidas e dão pistas sobre os mistérios da origem do universo.

O Hubble, um projeto conjunto das agências espaciais americana (Nasa) e europeia (ESA), foi lançado para fora da Terra em 24 de abril de 1990, com a proposta de ultrapassar a atmosfera - que funcionava como um véu, impedindo os astrônomos de ter uma observação nítida do que acontecia nas galáxias mais distantes.

- Passamos a enxergar um novo universo, muito mais detalhado. Antes, era como se o céu fosse um borrão - diz a professora Thaisa Storchi Bergmann, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), astrofísica que estuda os buracos negros.

Porto Alegre poderá ver telescópio Hubble a olho nu em maio

Técnico do Laboratório de Astronomia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Marcelo Bruckmann faz uma analogia:

- Imagine olhar para uma paisagem bonita, num dia de sol, usando óculos escuros.
Nem sempre foi assim. Três semanas depois de ser colocado em órbita, a bordo da nave Curiosity, o telescópio frustrou os cientistas: o espelho principal do aparelho apresentou um problema de foco e as imagens enviadas se mostraram míopes. Foi preciso enviar uma missão tripulada para manutenção, que corrigiu o erro e permitiu que o Hubble começasse a enviar verdadeiras obras de arte do espaço.

Em vídeo, estudantes falam sobre o fascínio pelo Hubble:

Imagens: Fernando Gomes

Telescópio registrou imagens surpreendentes do universo

Foram essas fotografias que, povoando o imaginário de um guri do Interior, nascido no mesmo ano do lançamento do Hubble, reforçaram no estudante Rafael Eberhardt o desejo de seguir a carreira científica. Viajava com a família de uma cidade a outra e se intrigava com o fato de a lua permanecer no mesmo lugar. Com a imensidão do céu limpo de Itati, onde morava, deitar para ver as estrelas era um hobby.

- Como eu não tinha muito acesso a documentários, as fotografias do Hubble que apareciam na televisão me encantavam. Não existe nada mais bonito que uma imagem astronômica - afirma o jovem, que cursa Física na UFRGS.

Para o estudante de física, que nasceu no mesmo ano que o Hubble, as fotografias registradas pelo telescópio o encantam desde criança. Foto: Fernando Gomes.

Se for para eleger uma, Rafael escolhe o registro do interior da Nebulosa de Águia, um aglomerado estelar da constelação de Serpente. A fotografia feita pelo Hubble em 1995 sugere que a formação de estrelas alcançou seu ponto máximo há cerca de um milhão de anos.

É apenas um dos exemplos das descobertas propiciadas pelo instrumento ao longo dos anos. Também em 1995, o telescópio apontou para uma região onde aparentemente não havia nada - só escuridão. Depois de 10 dias deixando passar luz pelo obturador da câmera, a surpresa: existiam ali mais de 3 mil galáxias jovens. O achado se tornou um marco no estudo do começo do universo.

- São resultados grandiosos. Em qualquer artigo científico meu, há uma imagem do Hubble - conta outro contemporâneo do telescópio, o doutorando em Física Astor Schönnel Júnior, 25 anos.

Imagens captadas pelo Hubble facilitaram a divulgação da astronomia, segundo o doutorando em Física Astor Schönnel Júnior, também contemporâneo do telescópio. Foto: Fernando Gomes.

Os buracos negros supermassivos, foco de suas pesquisas, são estruturas formadas por estrelas, pequenos planetas, nuvens de gás e outros elementos que foram "sugados" pelo seu extremo campo gravitacional, desde o Big Bang até hoje. Por isso, estudá-los seria uma forma de entender a gravidade, fundamental para a vida humana na Terra.

Afora isso, o imaginário do Sistema Solar, antes disponível só nos livros didáticos, com o telescópio ganham outra dimensão. As câmeras do Hubble registraram, por exemplo, quatro luas de Plutão até então desconhecidas, entre outros aspectos antes obscuros de planetas como esse e Saturno.

Confira as imagens que o Hubble já mostrou:


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