Educação



Guia do Enem 2015

Conhecimento sobre fatos e assuntos recentes pode ser cobrado no Enem

Estar por dentro das atualidades pode ser a chave para pontuar em questões cuja resposta não está no material didático regular

06/10/2015 - 03h06min

Atualizada em: 06/10/2015 - 03h06min


Incorporados à rotina de milhares de inscritos no Enem, a leitura de jornais e o acompanhamento da mídia podem conter as chaves para assinalar a alternativa correta em questões cujas respostas não estão no material didático. Acontecimentos importantes, que foram notícia no Brasil e no mundo, são tradicionalmente abordados na prova. Esses assuntos podem ser cobrados de maneira interdisciplinar ou ter explorada a sua relação com a história.

- Além de fazer a leitura de jornais e revistas, é preciso ter um embasamento histórico, pois as questões podem ter um link com o passado - explica o professor de história Iair Grinschpun, do Colégio Israelita, da Capital.

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Se você começar a acompanhar as notícias apenas agora, também terá de usar arquivos e  sites para conferir os fatos, pois as questões são elaboradas com meses de antecedência. Dedicar uma dose extra de atenção ao enunciado da pergunta pode fazer a diferença para chegar à alternativa correta, segundo o professor de geografia Alexandre Cerveira, do Colégio Sinodal, de São Leopoldo. Ele explica que a prova do Enem costuma ter, além da resposta correta, uma alternativa que também está certa, mas que não se relaciona ao enunciado:

- Algumas questões podem não exigir que se saiba o conteúdo específico, mas a compreensão do enunciado em relação às alternativas, para saber se o aluno está entendendo o que está sendo discutido.

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Professores dão dicas para o Enem 2015

Com a ajuda dos professores Tiago Trombetta, de geografia, do Universitário, além de Grinschpun e de Cerveira, selecionamos assuntos sobre os quais vale a pena se informar mais para estar melhor preparado no exame.

CRISE HÍDRICA
(Foto: Marco Ambrósio/Estadão Conteúdo)

Em julho de 2014, o esvaziamento dos tanques do Sistema da Cantareira, somado à escassez de chuva e a fatores como a urbanização (que aumenta a poluição dos rios e dificulta o acesso à água potável), verticalização, impermeabilização do solo e falta de planejamento culminaram na maior crise hídrica dos últimos 80 anos em São Paulo.

Uma das medidas de economia adotadas pelo governo, a redução na pressão da rede de distribuição fez com que a água escasseasse durante horas em diversos bairros ou sequer chegasse às torneiras de regiões mais afastadas da capital paulista. Apenas em agosto passado, mais de um ano depois de a população ser severamente afetada pela escassez de água, o governo estadual reconheceu a crise como "crítica".

Milhares de pessoas passaram a conviver com a incerteza sobre o abastecimento. O episódio é um alerta sobre a má gestão dos recursos naturais e a necessidade de uma mudança profunda na cultura de uso da água.

 

REFUGIADOS (Foto: Argiris Mantikos/AFP)

O expressivo aumento no número de refugiados e deslocados nos últimos anos passou a chamar a atenção para o drama humanitário até então acompanhado de longe pela maior parte do Ocidente. Até o final de 2014, 60 milhões de pessoas haviam deixado suas casas em todo o mundo fugindo de guerras, perseguições por raça, religião ou por pertencimento a determinado grupo social e até por suas opiniões políticas. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) define os refugiados como pessoas que fugiram para "salvar suas vidas ou sua liberdade". A chegada massiva de famílias fugindo de guerras no Oriente Médio e na África mobiliza governos e organizações europeias a buscar solução para o problema.

ESTADO ISLÂMICO

(Foto: Reprodução)

O movimento que pretende impor uma versão ultraconservadora do islamismo começou seu levante em junho de 2014. Desde então, conquistou importantes territórios na Síria e no Iraque, disseminando o terror por meio da violência. Gravou e divulgou na internet a execução de vítimas inocentes e aniquilou minorias étnicas.

Também causou espanto a destruição de templos sagrados e de patrimônios da humanidade. Tudo isso sem que lideranças mundiais encontrem uma maneira de deter o avanço dos radicais.

REAPROXIMAÇÃO ENTRE CUBA E ESTADOS UNIDOS

(Foto: Pablo Martinez Monsivais/AFP Photo)

A reabertura de embaixadas, neste ano, foi um passo histórico dos dois países para a normalização de suas relações diplomáticas, que permaneceram cortadas por 54 anos. Ambos os países admitem que a retomada plena das relações é parte de um processo longo e difícil.

Mediado pelo papa Francisco e iniciado em dezembro passado pelos presidentes Barack Obama, dos EUA, e Raúl Castro, de Cuba, o diálogo tem andamento com uma comissão bilateral. Representantes dos países são encarregados de negociar uma lista de reivindicações caras aos dois lados, como o fim do embargo americano a Cuba e compensações a empresas dos Estados Unidos pelas expropriações realizadas pelo governo cubano após a revolução liderada por Fidel Castro em 1959.


QUESTÕES DE GÊNERO

(Arte: Rafael Ocaña)

Enfoques variados, como a situação da mulher no mercado de trabalho e o respeito à diversidade sexual, podem abordar as questões de gênero.

Um relatório publicado neste ano pela ONU mostra que as mulheres recebem salários em média 24% inferiores aos dos homens. No mundo inteiro, elas ganham menos pelo mesmo tipo de trabalho e recebem significativamente menos recursos  do que os homens ao longo da vida. Segundo o Fórum Econômico Mundial, a desigualdade de gênero no mercado de trabalho diminuiu de maneira lenta na última década, e a previsão é de que a igualdade se estabeleça apenas em 2095.


Já o tema da diversidade sexual pode abranger a luta pelo reconhecimento identitário de gays, lésbicas, bissexuais, transgêneros e travestis. Apesar de, no Brasil, o casamento homoafetivo ser permitido desde 2013, o país está longe de acabar com o preconceito. A homofobia ainda não é considerada crime no país e motivou a morte de 326 pessoas em 2015, segundo levantamento do Grupo Gay da Bahia.


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