Entrevista
Diva de carne, osso e atitude: Leticia Spiller fala de família, carreira e beleza
Atriz esteve em Porto Alegre recentemente para apresentar a peça Edypop
De paquita do Xou da Xuxa, aos 14 anos, até a Soraya, de I Love Paraisópolis, muita coisa aconteceu na vida de Leticia Spiller. Após o primeiro papel de destaque na tevê, a Babalu, de Quatro Por Quatro (1994), a carreira deslanchou: 15 novelas, peças de teatro e trabalhos no cinema, inclusive, atrás das câmeras, como produtora.
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Casada com o diretor Lucas Loureiro, com quem tem uma filha, Stella, quatro aninhos, e mãe de Pedro, 18, do relacionamento com Marcello Novaes, a loira de 41 anos encontra sempre um espaço na agenda para cuidar de si mesma. Retratos da Fama bateu um papo com essa diva, que esteve em Porto Alegre com a peça Edypop, e revela detalhes da sua carreira, seus segredos de beleza e sua rotina, tão parecida com a de todas as mulheres batalhadoras.
Trabalho duro e megaexposição
Novinha, como Babalu. Foto: TV Globo / Divulgação
Letícia começou a carreira como a paquita Pituxa Pastel, dos programas Xou da Xuxa e Xuxa Park, entre 1989 e 1992. Ela entrou no elenco de olho na possibilidade de ter o seu próprio dinheiro.
- Foi difícil no começo. Cheguei a ficar na dúvida se era aquilo mesmo que eu queria quando estava lá, fazendo os testes - conta.
Com 14 anos, ela mergulhou em um trabalho intenso que envolvia viagens, horários bem rígidos e fama.
- Foi fantástico! Coisas como gravar um disco só das paquitas, shows... Eu vi o que é megaexposição, megafãs, megatudo. Poder ter vivido isso me deu experiência, disciplina e responsabilidade - comenta.
No início da década de 90, Letícia se dedicou ao teatro, fez participações em Os Trapalhões e uma pontinha na novela Despedida de Solteiro (1992). Até que veio a grande chance: a Babalu, de Quatro Por Quatro (1994), par romântico de Raí (Marcello Novaes).
- Foi um grande desafio. E, logo de cara, uma personagem dessas! Mas foi muito gostoso de fazer - analisa a atriz.
De olho no relógio
Em Joia Rara: tempo livre. Foto: Roberto Moreyra / Extra
Nos últimos quatro anos, foram cinco novelas. Como se não bastasse, a loira esteve em duas peças de teatro, um curta-metragem e um filme: O Casamento de Gorete, do qual também foi produtora.
- É tudo ao mesmo tempo mesmo. A gente arruma tempo. Tem que arrumar - diz Leticia.
Aida mais quando a novela exige uma dedicação maior, como é o caso agora, de I Love Paraisópolis. Na trama, a bonitona interpreta a vilã Soraya.
- Estou trabalhando muito! Me exige mais do que Boogie Oogie (2014) e até mais do que Joia Rara (2013) - enfatiza.
Tanto que, com uma ajudinha dos colegas de elenco, deu até para trabalhar no teatro durante Joia Rara.- Eu ensaiei a peça Edypop com Aquela Companhia. É claro que a companhia teve uma flexibilidade comigo. Eles sabiam os meus horários. Então, eu pude fazer as duas coisas - explica a linda multitalentosa.
Família discreta
Nada de se expor demais! Foto: AgNews
Mãe de Pedro, 18 anos, fruto do seu relacionamento com Marcello Novaes, e de Stella, quatro anos, do casamento com Lucas Loureiro, Letícia entende que sua profissão a aproxima do público. Seus fãs querem saber de cada passo seu, mas ela procura não exibir sua vida pessoal mais do que o necessário.
- Acho que eu soube trazer isso na medida certa. Não gosto da superexposição. Tenho muito cuidado com isso. Nunca fui de ficar expondo o Pedro por exemplo. Mas ele cresceu vendo essa mãe, que tinha que dar um autógrafo de vez em quando, assim como a Stella, agora, está vendo - contou a musa a Retratos da Fama.
Zero de estresse
Vilã pra ninguém botar defeito. Foto: TV Globo / Divulgação
Leticia vive uma megera das boas em I Love Paraisópolis. Soraya Brenner é maquiavélica e manipuladora: nunca deixou o primogênito, Benjamin (Maurício Destri), chamá-la de mãe, por considerar que os dois têm idade para serem irmãos. Com os filhos mais novos, Pedroca (Raffael Pietro) e Lourenço (Greg Blanzat), nada muda: a dupla é tratada com frieza.
Isso, sem falar no casamento com o cunhado, Gabo (Henri Castelli), assim que o marido morreu, e na vontade de internar a mãe, Izabelita (Nicette Bruno), em um asilo. Mas a atriz garante que o desgaste dela não depende do tipo de cenas que grava, mas, sim, do ritmo de trabalho.
A equipe da novela das sete, segundo ela, é exemplo de organização, para a sua alegria.
- Tem semanas que são bem pesadas, com muitas gravações, e outras, mais leves. Graças a Deus, essa novela está equilibrada, porque temos bastante frente (cenas gravadas de adianto) - comemora a loira, rindo e fazendo gestos de agradecimento a Deus.
Monumento
Aos 41 anos, Leticia não tem receio de mostrar o corpo. Cheia de confiança, foi a estrela de um comercial das Havaianas, de biquininho, posou para um ensaio sensual para a revista Vip de maio e estará em uma publicação sobre dieta em breve.
- A gente torce para não estar na TMP, né (risos)?! Nas duas últimas fotos de corpo que eu fiz, estava de TPM. Dava pra ver aquela "bolinha" que fica na barriga - afirma a bela, que tem consciência de que não se pode agradar todos.
- Não tem perfeição. As mulheres oscilam muito. Eu oscilo demais! - finaliza.
Na hora de cuidar da pele, seus rituais são os mesmos de toda mulher que trabalha e tem filhos.
- Ultimamente, tem que ser rápido: passo hidratante, limpo a pele, uso um produto para o contorno dos olhos, essas coisas - entrega.
Outro cuidado seu é a água. Letícia chegou para a entrevista com uma garrafinha:
- Como eu tenho a pele muito clara e com sardinhas, a tendência é pele seca. Cuido muito!
Paixão pelo teatro
Leticia em cena, na peça Edypop. Foto: João Julio Mellos / Divulgação
Estar nos palcos, para Leticia, é essencial. Segundo ela, permite ao ator certas liberdades que a televisão não dá.
- Teatro é o que me recicla, é onde eu posso me aprofundar um pouco mais, onde eu posso crescer como profissional, explorar lugares que nunca fui, ter outros desafios - diz.
E, quando resolve acumular papéis, é preciso ter foco para não misturar.
- Eu já fiz isso quando estava gravando Senhora do Destino (em 2004, na qual interpretou Viviane ao lado de Du Moscovis) e fazendo a peça Leve, o Próximo Nome da Terra. Foi uma experiência interessante. Eu me apresentava em São Paulo na segunda-feira (após passar o final de semana viajando com a peça), e era tudo muito na interpretação. O diretor me falava: "Leticia, menos" - diverte-se a atriz.