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Diogo Nogueira lança CD, estrela musical e se afirma como grande nome do samba

Cantor carioca conversou com o Diário Gaúcho, no Rio de Janeiro, e falou sobre o novo CD, Porta-voz da Alegria, Musical Sambra e da carreira

15/06/2015 - 07h02min

Atualizada em: 15/06/2015 - 07h02min


José Augusto Barros
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Guto Costa / Divulgação

Aos 34 anos, Diogo Nogueira se mostra um sambista completo. Pode parecer muito novo para um gênero que preza a experiência como pré-requisito, mas, com ele, o talento atropelou os números.

De berço, vem a influência do pai, o bamba João Nogueira, falecido em 2000. Com 1 milhão de cópias vendidas, entre CDs e DVDs, faturou o Grammy Latino de Melhor Álbum de Samba pelo disco Tô Fazendo a Minha Parte, em 2009, apresenta o programa Samba na Gamboa, na TV Brasil e, agora, estrela o musical Sambra - 100 Anos de Samba, que tem dupla sessão em Porto Alegre, nesta terça e quarta-feira.
Para completar a boa fase, lança o CD cheio de astral e pra cima, Porta-Voz da Alegria.
Retratos da Fama esteve no Rio de Janeiro para conferir o lançamento e comprovou: Diogo Nogueira é a voz do momento do samba brasileiro. Salve!

Estreia como ator




Sambra - 100 Anos de Samba, a estreia de Diogo Nogueira como ator em um grande musical, tem feito o cantor suar a camiseta. Durante a série de entrevistas que deu por conta do lançamento de seu novo disco, ele não conseguiu disfarçar a estafa por conta da agenda lotada, conciliando a missão com shows da carreira solo e com o programa Samba na Gamboa, na TV Brasil. Tudo, sem perder a maestria.

Mesmo com o cansaço, o sorriso no rosto é marca registrada do cantor ao falar no espetáculo que rodou o país e estará em Porto Alegre e Curitiba nesta semana. Uma mescla de musical e show, que celebra os 100 anos do samba na verdade, a serem celebrados em 2016.

Diogo Nogueira estreia como ator em musical Sambra, em Porto Alegre

Mas o musical estreou neste ano por conta da concorrência que teria com as Olimpíadas do Rio Janeiro, no ano que vem.

- Ensaiamos de oito a dez horas por dia, de segunda a sábado. Isso, fora os meus shows. Foi muito intenso. Foram três meses de dedicação. Me joguei com tudo! Pode esperar muito samba, a galera vai se emocionar bastante, rir, chorar. Tem de tudo: drama, ação, comédia - define o cantor.

À vontade no desafio

O espetáculo, que visita a história do samba, conta em forma de música suas várias épocas. Traz 73 clássicos de grandes nomes do gênero, como Pixinguinha, João Nogueira, Clara Nunes e Noel Rosa.

Bambas de diferentes gerações do samba se reúnem em Porto Alegre

Acostumado aos palcos, mas como cantor, Diogo aprovou o desafio na arte da interpretação:

- É bem diferente! Tem dança, coreografia, música, texto. Eu já abro o espetáculo lendo um texto enorme, é maravilhoso, foi uma experiência fantástica. O elenco só tem craques, me acolheram, e o diretor Gustavo Gasparani escreveu os textos de uma forma que me deixou bem à vontade - comemora.

Versão descolada



Com oito anos de carreira, Diogo atinge a maturidade como sambista. Acostumado com as comparações com seu João Nogueira, falecido em 2000, Diogo, nos últimos anos, tem tido a sua imagem descolada do pai, alçando voos maiores.

- Todo mundo sempre pergunta (do meu pai), mas nunca me preocupei com isso. Tenho maior orgulho de ser filho dele. A comparação sempre vai existir, mas sempre procurei fazer o meu trabalho. E claro que vou seguir gravando canções dele com o maior prazer do mundo - afirma o sambista que, entre outras faixas, registrou Poder da Criação, de autoria do pai e postou a imagem no Dia dos Pais de 2014, no seu Facebook.

Memória viva

As lembranças do pai, Diogo garante, são as melhores:

- Principalmente das bagunças que ele fazia lá em casa (risos)! Você imagina crescer em meio a nomes como Martinho da Vila, Nelson Rufino, rolando muito samba de raiz em casa? Foi demais!

Já a mãe, Ângela Nogueira, é personagem constante nas fotos nas redes sociais do artista e parceira do cantor. Para ela, ele é só elogios, como nesta entrevista para o jornal Extra:

- Sua alegria é o ponto principal da sua personalidade. Uma vez, entrou no túnel com óculos escuro e ficou desesperada gritando: "acabou a luz!". Só percebeu quando minha irmã avisou. Foi nossa diversão.

Porta-voz da alegria

Em 2013, Diogo lançou Mais Amor, disco romântico dedicado às mulheres. Em 2015, ele volta suas energias para o alto astral e para as mensagens positivas.

Porta-Voz da Alegria (R$ 25, preço médio) apresenta um samba dançante, recheado de compositores consagrados, como Almir Guineto e Arlindo Cruz e novos nomes, como Rodrigo Leite e com uma pegada boa e cheio de mensagens positivas, como na canção que dá nome ao disco, Clareou e Tenta a Sorte.

- O Brasil, e o mundo, passam por uma fase complicada, esquisita. A nossa intenção era realmente fazer um disco alto astral, com mensagens positiva. A música faz com que a gente tenha um pouco de esperança nas coisas - afirma.

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Cria querida


A contracapa do novo CD, Porta-Voz da Alegria, traz uma foto inusitada, diferente dos padrões para o mundo da música. A foto que ilustra é a de Davi, nove anos, fruto do casamento com Milena Nogueira.

O guri estampa a contracapa com um sorrisão e é presença constante nas fotos de Diogo nas redes sociais.

- A ideia de colocar a foto de Davi surgiu pelo fato de a criança ser uma espécie de porta-voz da alegria. O sorriso de uma criança é espontâneo, a foto retrata exatamente isso. Quando mostrei para ele o resultado, ele recebeu como se fosse uma coisa normal na vida dele - explica o sambista.

Sonho dourado, hoje hobby 



A paixão pelo futebol é notória. Antes de se tornar sambista, Diogo tinha muita fé de que se tornaria um atacante de sucesso no Cruzeiro, de Porto Alegre.
O ano era 2004, e sua vida acabou dando uma guinada para a música, quando uma lesão no joelho o fez se afastar do esporte e começar a cantar.

- Meu pai me incentivou muito. Falava que queria me ver nos gramados. Acho que é o sonho de todo brasileiro - afirmou.

Hoje, mesmo com os problemas no joelho, Diogo segue jogando suas peladas com os amigos, no time Trem da Alegria, no Rio:

- Nunca operei, faço musculação para fortalecer e jogo toda quarta-feira minha peladinha. Depois, tem "resenha" (bate-papo) com a galera.

E em qual posição o craque joga?

- Ih, rapaz, jogo onde tem vaga - afirma, humilde.

Patroa e família


Mesmo com toda a ginga de sambista e assediado pela mulherada por onde vai, Diogo está tranquilo em casa. A esposa, Milena Nogueira, é rainha da bateria da Caprichosos de Pilares e musa da Salgueiro, no Rio.

Apaixonado, ele não se cansa de elogiá-la.

- Ela é linda, maravilhosa, ilumina demais a Avenida - derrete-se Diogo.

Apegado a Milena e no pequeno Davi, Diogo revela que não aguenta ficar muito tempo longe da dupla. Em julho, o cantor ficará 45 dias em turnê em dez países na Europa, com Hamilton de Holanda, Thiago da Serrinha e André Vasconcelos, com o projeto Bossa Negra. Mas acha que ele fica longe da turma?

- A família vai ao encontro. Não fico cinco dias longe deles -  diz.

 Abaixo, confira vídeo do cantor falando sobre o Sambra e o novo CD:

 


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