Coluna da Maga
Magali Moraes: "Não se fazem mais invernos como antigamente"
Saudade do mar
Não se fazem mais invernos como antigamente. Ainda bem. O veranico de maio agora acontece também em junho, julho e agosto. É só a temperatura subir um pouco que o nosso humor melhora. Os parques enchem de crianças, os varais lotam de roupas, os vizinhos trazem as cadeiras pra frente das casas e o sol é o assunto de todas as conversas.
Se um veranico é ótimo durante a semana, no findi é imperdível. Sexta passada deu saudade do mar e a gente se mandou para a praia. Com previsão de tempo bom e os filhos querendo ir junto, não dava pra perder. Era o finalzinho das férias de julho, a última chance de curtir um relax em família. Praia, aqui me tens de regresso! Pegamos a estrada (teve até lua azul) e deixamos a rotina 120 quilômetros para trás.
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Mar, seu lindo
O gostoso da praia fora de época é que o ritmo é outro, não tem aquele desespero pra fincar o guarda-sol na areia e conquistar território. Falando em desespero, pode dispensar o biquíni. Uma caminhada à beira-mar, de roupa e tudo, já resolve. Quem precisa estar pelado é o pé, pra afundar na areia e brincar na água. Alguma onda marota vai molhar mais que deveria - deixa assim, o vento seca.
E o que é o barulho do mar? No inverno, alguém aumenta o som das ondas, só pode ser. Quando a praia está vazia e silenciosa, o mar fala mais alto com a gente. Nos manda relaxar e pegar leve com a vida. Em vez de sirenes e buzinas da cidade, ouvimos a voz dos pensamentos. Ou simplesmente prestamos atenção naquele barulho mágico pra esvaziar a mente. Dizem que água salgada (do mar, das lágrimas, do suor) cura tudo, e eu acredito.
O ano tem 52 finais de semana. Quantos você vai desperdiçar fazendo as mesmas coisas de sempre? Ache um tempo pra visitar o mar. Ele está lá, tranquilão e pronto para nos alegrar sem cobrar nada por isso.
* Diário Gaúcho