Coluna da Maga
Magali Moraes: "Amor e ódio"
O ódio precisa ser o contrário do amor? Li no DG que dobrou o número de mulheres assassinadas em crimes passionais na região metropolitana de Porto Alegre. Em pleno 2015, ainda tem homem inseguro feito bebê (mas disfarçado de machão) que mata até na frente dos filhos pra ter plateia. E mata com requintes de crueldade. Dá facadas pelas costas, esquarteja, bota fogo no corpo e faz outras barbaridades.
Olha só, a indiferença também mata e não deixa sangue. Será que não dá pra resolver problemas de relacionamento de um jeito menos estúpido? Como uma criatura dessas dorme depois? Já dorme acompanhado da próxima vítima, provavelmente. Os livros, as novelas e o cinema estão cheio de histórias assim, mas a gente sabe que o sangue é de mentira, as pessoas são atores, um roteirista cheio de imaginação inventou aquilo e quando o diretor grita " Corta!" não é pra enfiar a faca em ninguém.
Violência nunca
A coisa mais civilizada do mundo é ver duas pessoas que deixaram de se amar (por algum motivo que não nos interessa), se separaram e conseguiram se tornar amigos. Ou pelo menos se suportam em público. Você deve conhecer ex-casais que tiveram esse final feliz. Se um dia eles foram importantes um pro outro, o mínimo que se espera é respeito em nome dos velhos tempos.
Se o amor acabou, paciência, a fila anda. Mas virar bicho e sair matando? Por que em crimes passionais homens matam muito mais que mulheres? Não sei. Talvez porque a ala feminina acredita que pode mudar sua cara-metade, então se dedica a consertar relacionamentos sem futuro. Cadê as amigas pra abrir os olhos? Namorado violento no trânsito ou com crise de ciúmes na primeira semana já mostrou a que veio. Gurias, antes do amor vem o amor próprio. É como disse uma juíza na matéria: "Esperar por um tapa pode ser demais".