Coluna da Maga
Magali Moraes: o papa queridão
Ô gente boa esse papa. Vai dizer que você também não acha ele uma simpatia? Vou até escrever papa com letra minúscula pra nenhuma formalidade nos afastar. Esqueça a religião. Estou falando do líder, do caráter, da pessoa pública. E principalmente da pessoa. Homem do povo, Francisco, Chico. Faltam exemplos como ele pra gente se inspirar. Lembra da grande expectativa quando os cardeais estavam reunidos pra anunciar o novo papa e o planeta aguardava a tal fumaça branca sair da chaminé do Vaticano? Aconteceu o milagre, acertaram em cheio na escolha.
Domingo passado, o papa encerrou uma viagem aos Estados Unidos e Cuba. Imagine o que esse homem tem de história pra contar. Eu o convidaria certo pra comer churrasco na minha casa, e ficaria conversando horas na mesa depois do cafezinho. Francisco sorri, e o mundo acredita naquele sorriso. Um argentino, quem diria.
S.A.C.
Pense no trabalho do papa como um Serviço de Atendimento ao Consumidor, mas numa esfera global, onde o problema é a humanidade. Ele tem que ouvir as piores reclamações do mundo, e nos fazer acreditar que alguma coisa ainda tem conserto. Deus chora, foi o que Francisco disse nos Estados Unidos após se reunir com adultos que foram abusados sexualmente por padres na infância.
Como não amar quem se posiciona sobre tabus e se atualiza no discurso? Mães solteiras, casais separados, gays, guerras - esse papa não tem papas na língua e já falou até sobre celulares, desejando que não atrapalhem as conversas em família (verdade seja dita). Será que Francisco também acha que família é feita apenas de pai e mãe, como rezam nossos políticos? Duvido. Ele é gente como a gente. E deve ter um grupo de família bem animado no WhatsApp, não importa quem faça parte. Eu gosto tanto do papa Francisco que morro de medo que algum louco mate ele. Quando a esmola é demais, até o santo desconfia.