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Coluna da Maga

Magali Moraes: "Tem que ser forte pra trabalhar na área da saúde"

02/09/2015 - 07h06min

Atualizada em: 02/09/2015 - 07h06min


Miguel Neves / Divulgação

Aos anjos do 9º andar

Quando alguém adoece, a família toda fica doente um pouquinho. E quanto mais grave é o caso, maiores são os medos e incertezas. Não adianta procurar um sentido para o que está acontecendo. Mas ajuda bastante encontrar sentimentos. Somos todos pessoas, com ou sem jaleco branco. Ser eficiente é dar um olhar de compreensão, além dos remédios nas horas certas.

É por isso que eu faço essa pequena homenagem aos anjos que cuidaram do meu pai no quarto 913-B do Hospital Mãe de Deus. Tem que ser forte pra trabalhar na área da saúde e conviver todo santo dia com doença. Aprendi que para a dor severa de um paciente, só mesmo morfina. Para a angústia de um familiar, uma dose de atenção já resolve. Você parou pra pensar que em cada cama hospitalar cabe uma família inteira? Se a gente fosse lá apenas pra visitar a maternidade, seria moleza.

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Carinho e conforto

Nos 20 dias em que meu pai ficou internado (e que pareceram meses), eu tive tempo pra observar a rotina do andar, as trocas de turnos, os rostos e funções de cada um. No vai e vem dos corredores, no entra e sai dos quartos, a gente se ampara nos profissionais que demonstram o seu lado humano. Querendo ou não, eles acabam participando de um trecho marcante da nossa história. E podia ser alguém da turma deles ali naquela situação, então não custa nada ser gentil e cuidar também dos acompanhantes.

Muito obrigada, do fundo do coração, a esse anjos sem asas - incluindo todos que cuidaram do pai em casa e os que nós chamamos pra reforçar o time no hospital. Aos médicos, pela paciência e transparência. E um agradecimento mais que especial aos técnicos de enfermagem do nono andar. Não vou lembrar cada nome, mas como esquecer a Rosi, o Igor (que me lê aqui no DG) e o Claudio?

No último plantão cuidando do pai, ele não se conteve e disse: "Seu Francisco, seu Francisco... preteou o olho da gateada". O recado era pra mim, o pai já nem ouvia. Foi como uma pessoa amiga me abraçando antes da hora. Poucos dias depois, o sofrimento terminou. Em outros tempos, o pai ia gostar de conversar com o Claudio. Agora não dá mais. Ele está ocupado lá em cima sendo o nosso anjo da guarda.
(Estamos todos bem, pai.)

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* Diário Gaúcho


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