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Estrelas da Periferia

Muita batalha e rock de qualidade: conheça a Freetime!

Grupo de rock da Capital está na estrada desde 2011 e seus integrantes já fizeram de tudo para comprar os instrumentos. Até carrinho de mão serviu para transportar a primeira bateria

29/09/2015 - 07h04min

Atualizada em: 29/09/2015 - 07h04min


José Augusto Barros
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Lauro Alves / Agencia RBS

Com integrantes do bairros Morro Santana, Cristo Redentor e Lomba do Pinheiro, a formação da banda roqueira Freetime teve origem em uma espécie de frustração de seus dois fundadores. Entre 2008 e 2009, JD (vocal e guitarra) e Fábio (contrabaixo), moradores do Morro Santana, tentavam a sorte no esporte que é uma unanimidade nos campinhos do morro: o futebol.

- A gurizada passava o dia jogando e a gente queria, também. Mas sempre colocavam a gente para correr, futebol não é o nosso forte (risos). Se no futebol a gente ficava de fora, pensamos na música, que também curtíamos - explica JD.



Mas aí surgia o problema. Mesmo curtindo música, JD ainda não tocava nenhum instrumento. Mas não foi por falta de inspiração familiar. O pai, Oracil, era guitarrista do grupo de baile Danúbio Azul. Já a mãe, Ivone, coordenava o coral de uma igreja. Mesmo sem saber tocar, queria uma guitarra. Com 15 anos, em 2010, teve o sonho realizado, ganhando o instrumento do pai.

- Cara, fiquei o dia inteiro com ela, encerrado no meu quatro, vendo com mexia, as cordas. Aprendi sozinho, nunca tive nenhuma aula - comenta JD, hoje com 19 anos, que trabalha com comunicação visual.

Bateria em suaves prestações

O primeiro passo para formar a banda estava dado. Porém, não sem passar por alguns perrengues. Na formação original, um dos integrantes frequentava uma casa de umbanda, onde tocava tambor. O mesmo instrumento virou a percussão da banda. A história da primeira bateria, então..

- Não tínhamos grana para comprá-la. Daí, descobrimos que um cara que morava aqui pelas redondezas tinha uma para vender. Enchemos o saco do cara tanto, que ele decidiu vender, acho que para a gente não atucanar ele (risos). E ainda compramos a bateria em dez vezes de R$ 100. Até o troco do pão a gente guardou para comprar - relembra Fábio, que é técnico em refrigeração.

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Na hora de transportar o instrumento, um novo problema: a galera não tinha grana para o frete da bateria. Pediram emprestado um carrinho de mão de um dos vizinhos para o transporte, feito em algumas vezes.

Influenciados em nomes como o Nirvana, o grupo, que tem a atual formação desde 2013, aposta em um rock melódico, com algum peso e excelentes melodias, como a da principal faixa de trabalho, O Tempo Vai Provar, que teve clipe gravado na Ilha das Flores, em Porto Alegre. Tudo sob a atenta observação do pai de JD, que lá atrás, deu o pontapé inicial para o grupo, dando a guitarra para o filho. 

- Ele era fã da jovem Guarda. No começo, estranhou nossas roupas, cabelos coloridos, o som. Mas viu que é uma coisa saudável e que fazemos o que curtimos - explica JD.

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Atualmente, o grupo faz cerca de três shows mensais, em eventos independentes e em cenários roqueiros, como a Cidade Baixa.

Ainda integram a Freetime Lucas (bateria, que também é auxiliar de cabeleireiro) e Droka (guitarra, que é auxiliar administrativo).

Pitaco de quem entende

Rafa, do grupo Rafuagi, fala sobre o som da Free Time:

- É um som agradável para ouvir. Me remeteu ao som da banda Fresno por um instante, como influência, mas com uma pegada original. Gravação de ótima qualidade, que indica profissionalismo da banda ao lançar o single, que além de tudo tem grande potencial radiofônico e de público. Quem sabe não está surgindo para o mundo uma nova representatividade jovem do pop rock gaúcho?! Botei fé!

Mostre seu trabalho!

- Para participar da seção, mande um pequeno histórico da sua banda, dupla ou do seu trabalho solo, músicas em MP3 ou clipe e um telefone de contato para jose.barros@diariogaucho.com.br.

- Para falar com a Freetime, ligue para 8547-2913.


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