Coluna da Maga
Magali Moraes: Que horas ele volta?
Você já deve ter ouvido falar do filme QUE HORAS ELA VOLTA?, onde a atriz Regina Casé faz o papel de uma babá que recebe a filha vinda do Nordeste pra morar com ela na casa de família onde trabalha. Ainda não consegui ver, quero muito. É uma história que tem a cara do Brasil e promete fortes emoções.
Cada vez que leio o nome desse filme, lembro de um drama que acontece quase todo final de semana lá em casa, e que os pais de adolescentes vão se identificar: QUE HORAS ELE VOLTA? Ou ela, eles, elas. Depende da festa, que pergunta. Nossos filhos baladeiros nunca sabem responder ao certo. Segunda-feira já começam as negociações pra garantir a sexta e o sábado. Cada 30 minutos a mais de permanência na festa nos faz revirar horas na cama. Eles saem animados e só nos resta confiar no anjo da guarda. Porque antes da festa, tem o aquece. Noite forte é a nossa, com o coração na mão.
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Te cuida!!
Se eu ganhasse 1 real cada vez que digo essa frase, eu já estaria milionária e dona de uma ilha no Caribe. Te cuida é o pedido menos original e mais verdadeiro que os pais fazem. Com tanta violência nas ruas, dependendo do lugar até voltar de taxi é perigoso. Quando a gente ainda consegue levar e buscar os filhos na festa, o único drama é levantar de madrugada e sair da cama quentinha. Essa tarefa árdua não é minha. Mas eu fico com a tensa parte do monitoramento via WhatsApp (a melhor mensagem do mundo é "Cheguei.").
Enquanto eles não chegam, eu até durmo. Ou melhor, desmaio de cansada. Mas é um dormir em alerta. Os entendidos entenderão. A visão do paraíso é todo mundo já em casa, babando no travesseiro. Por isso, sempre que algum pai ou mãe de criança pequena comenta das noites mal dormidas, achando que é só uma fase, eu digo: sabe nada, inocente.