Aos 40 anos, Patrícia Cavalheiro resolveu mudar de vida, de ares. Ontem, dia 1º, se despediu daquela que foi a sua casa por 20 anos. A entrada na RBS TV aconteceu em 1994. Depois, ficou um ano fora para retornar em 1996.
Nessas duas décadas, a jornalista atuou na emissora na sua terra natal, Pelotas, no Canal Rural, na TVCOM, na sucursal de Brasília e em Porto Alegre. Neste bate-papo, a então repórter do núcleo da TV Globo desde 2008 conta o que a motivou a buscar novos voos e o que vem por aí, no ciclo que se inicia.

Aqui Entre Nós - Como foi a despedida?
Patrícia Cavalheiro - Foi lindo! Todos os meus colegas e os chefes me falaram coisa lindas. Foi uma decisão minha em comum acordo com a empresa.

Aqui - O que te fez dar esse peitaço?
Patrícia - O meu marido (Leandro Dalmora) foi o meu maior incentivador. Nunca pensei em empreender nada na vida, achava que não tinha esse talento. Mas, aí, conversando, ele (que é empresário, dono da cerveja Província) me disse "Patrícia, essa ideia é genial!". Agora, vou me dedicar totalmente a esse projeto.


Fotos Arquivo Pessoal

Aqui - E dá pra adiantar o que é?
Patrícia - É na área da televisão, não está vinculado a nenhuma emissora e tem um cunho social.

Aqui - Já vai começar agora ou vai dar um tempo para descansar?
Patrícia - Acho que vou fazendo tudo junto. Tem que trabalhar, não posso desperdiçar todo esse ativo meu. E o Armando (seu filho de um ano e sete meses) tá um danado, um querido, desbravando o mundo!

Aqui - Foi ele quem te motivou a buscar esse novo estilo de vida?
Patrícia - Sim, mas não só ele. É claro que contou o fato de a gente trabalhar fim de semana, feriado. Quando tu tens família, isso vai influenciando, e fica mais complicado, sim. A gente trabalha com o imprevisto. Mas também encerrei um ciclo profissional. Quero pensar de outra maneira, e, às vezes, a gente não se testa. Eu vou fazer isso agora!

Aqui - Momentos inesquecíveis nesse período de RBS TV.
Patrícia - A cobertura dos alagamentos em Blumenau e o caso Kiss (o incêndio na boate, em 2013). Passei 21 dias lá, em Santa Maria, direto.

Aqui - O que vais te dar ao luxo de fazer nos primeiros momentos dessa nova fase?
Patrícia - Viajar para ver os amigos, comparecer a todas as festas de família (risos), cuidar um pouco de mim, ir na academia, ler um livro, ver um pouco de tevê, levar o meu filho para a escola, na pracinha, ver de perto o que ele está comendo... Essas coisas que passam, e a gente não recupera depois.

Aqui - Nas tuas redes sociais, como foi a reação do público que te acompanha pela tevê?
Patrícia - As mães me disseram mensagens do tipo "Que coragem!", "Que bacana!", "Que nobre a tua decisão". Eu cumpri o meu papel, fiz Globo Repórter, Jornal Nacional e Fantástico. Quem disse que a gente não pode fazer outras coisas? Quanto mais a gente se abre para a vida, mais a vida se abre para nós.

Aqui - E não dá para adiantar mais do teu novo projeto?
Patrícia - (risos) Logo mais, vocês saberão. Mas é com jovens da periferia. Eu ganhei tanto da vida que acho que, agora, tenho que retribuir. 

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