DIRETO DA REDAÇÃO
LUCIANE BEMFICA: te valoriza, mulher!
Eu me sinto incomodada com as cenas da Domingas e do Juca na novela A Regra do Jogo. Ao mesmo tempo que penso que a situação interpretada pelo casal é exagerada, imagino quantas Domingas e quantos Jucas têm aqui no mundo real. Pra quem não assiste, Domingas é a "Amélia", que faz as vontades do marido, um malandro machista que a humilha o tempo todo. Juca esculacha, manda fazer a comida que ele gosta, manda tirar o sapato dele, pega outras mulheres na frente dela, leva pra cama deles. E quando ela tenta cobrar respeito e o manda pra fora de casa, derrapa na falta de amor próprio e ele fica. Triste, mas não tenho dúvidas que a situação é mais comum do que se imagina.
Conheço mulheres que reclamam que os companheiros não as valorizam. Casos de traição, de violência dentro de casa, na frente dos filhos. Cada um sabe o tamanho da sua dor. São situações que, quando a gente olha de fora, dá vontade de dizer: "larga esse cara que só te puxa pra baixo. Te valoriza, mulher!". O problema é que nessa balança entra amor, autoestima, filhos, dinheiro, e por aí vai. Difícil julgar.
Coragem
Me parece que a baixa autoestima e a pouca ou nenhuma valorização, são características presentes na maioria das mulheres. Quem aí conhece um casal em que o cara é violento, não dá valor a ela ou a trai, aí ela descobre, ameaça com separação, mas não tem coragem de largar o companheiro? Medo ou amor doentio? São situações recorrentes. E por mais que uma amiga ou familiar aconselhe, quem precisa encher o peito de coragem e dar o primeiro passo rumo à liberdade e à cura é a mulher.
Se todas soubessem a força que têm, se descobrissem o talento pessoal escondido por trás do medo, metade dos casos não acabariam registrados em um boletim de ocorrência.