Como diria a cantora Simone, então é (quase) Natal. Dezembro está batendo na porta e eu já começo a listar mentalmente as tarefas: montar a árvore, desenroscar e testar as luzinhas, agilizar o amigo secreto, encomendar o peru, antecipar os presentes, não esquecer as lembrancinhas de última hora, encontrar os amigos pra brindar o final do ano. Ô mês agitado!
É tanta coisa pra fazer que mal sobra força pra curtir o lado mágico do Natal. Nessas horas, eu penso no Papai Noel. Não o de shopping, que esse vai cansar mais do que eu. A imagem que me anima é o Papai Noel de propaganda da Coca-Cola, sabe? Aquele velhinho fofo de sorriso bonachão, as bochechas coradas e zero cara de preocupação. Ele mata no peito a maior lista de presentes do planeta, cuida das renas, pilota trenó na neve e mantém a fantasia do Natal. Deve tomar energético e não refri, só pode.

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Realidade

Eu fico imaginando a cara de espanto que esse Papai Noel perfeito faria ao ler as cartinhas que o DG recebe nessa época do ano. Ia coçar a longa barba branca, sem entender por que a maioria das crianças pede material escolar em vez de brinquedo. Em pleno Natal, caderno, lápis, borracha e mochila? Como explicar pra um Papai Noel de primeiro mundo que, numa casa onde falta tudo, é melhor garantir o fundamental? São crianças que amadurem cedo demais pra acreditar em milagre. Elas já entenderam que estudar é o que muda alguma coisa nessa história.
A boa notícia é que sempre dá pra ajudar. Daqui a pouco é Natal. Bem que todo mundo podia incluir uma boa ação na listinha de preparativos, hein? O DG está publicando cartas que precisam de candidatos a Papai e Mamãe Noel. Eu já escolhi uma e vou levar um presente na redação do jornal. E você? Bom coração a gente tem de sobra, vamos lá.

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