Coluna da Maga
Magali Moraes: Gre-Nal dos sonhos
Esse último Gre-Nal foi inesquecível pra mim. Fazia tempo que eu não gostava tanto assim de um jogo. Que tarde decisiva, amigos da Rede Globo!! Enquanto o Rio Grande do Sul parou pra assistir, eu parei pra dormir. Apaguei praticamente o jogo inteiro. Sabe criança pequena que fica rançando pela casa, doida de sono, e se nega a deitar? A história da minha vida durante os finais de semana. Como se dar ao luxo de dormir com o taxímetro da vida ligado? Naquele domingo eu estava particularmente irritada ("a gente reparou", disse depois o santo do meu marido). O fato é que eu precisava de uma jogada ensaiada com o travesseiro tanto quanto o Grêmio precisava da vitória (mas parece que só eu me dei bem).
Aquele sol lindo lá fora, o povo lotando o Beira-Rio e tomando um torrão na cara. E eu, sereninha, na penumbra do quarto, sem impedimento. Se é pra dormir em pleno Gre-Nal que seja em grande estilo, você não acha? Roncar na frente da TV é coisa de amador. Mesmo com a inocente intenção de cochilar, eu fechei persiana, porta, olhos, tudo (devia ter colocado pijama). Que sensação indescritível acordar sem saber se é dia ou noite, desorientada e virada em preguiça.
Fogos
O engraçado é que eu sonhei que estava escrevendo essa coluna. Viu só quanto amor? Eu poderia ter sonhado com o goleiro bonitão, mas sonhei com o DG. Acordei e a primeira coisa que pensei foi no título: Gre-Nal dos sonhos!! Ouvi fogos estourando no céu e desconfiei que talvez eu tivesse dormido demais. Já seria Ano-Novo? "O Inter ganhou", me contaram faceiros. Bom, daí juntou a fome com a vontade de comer. Fui pra cozinha comemorar com um cafezinho. Depois, uma caminhada na orla do Guaíba. Aquela multidão colorada voltando do jogo, todo mundo feliz, eu mais ainda. Vou descobrir quando é o próximo Gre-Nal pra repetir a dose. Que vitória fazer o que a gente tem vontade e se boicota.