Coluna da Maga
Magali Moraes: fim de ano ou fim do mundo?

É como se o William Bonner tivesse anunciado o apocalipse no Jornal Nacional. Tá todo mundo alucinado pelas ruas, com cara de zumbi, se arrastando atrás dos últimos presentes e compotas. O cansaço do ano inteiro pesa mais que piano nas costas. As olheiras já batem no pescoço. Em vez de frases com começo, meio e fim, nos comunicamos através de grunhidos. Suportamos filas enormes pra qualquer coisa, a paciência está no limite. Precisamos sugar energia não sei de onde pra aguentar só mais um pouquinho. E esse pouquinho parece uma eternidade.
Faltou azeitona? Improvise! Eu sinceramente torço pra que você não tenha que voltar no supermercado. Tente resolver na fruteira da esquina, seu calcanhar pode não resistir a mais um carrinho esfolando a pele. Faltou uma lembrancinha? Faça um desenho qualquer e embrulhe. Semana que vem, os shoppings vão estar vazios. E tem aquele clichê que é a maior verdade do mundo: o melhor presente que você pode dar pra alguém é a sua presença, o seu olhar, a sua atenção, o seu carinho.
Calma lá
Não é o fim do mundo, é apenas fim de ano. A gente já passou por isso. Por que não aprendemos a relaxar e curtir mais esse momento que tem tudo pra ser bonito? O que pode ser mais importante do que reunir a família e celebrar? Pense em quantas pessoas pegaram a estrada, enfrentaram rodoviária cheia ou aeroporto lotado só pra voltar pra sua cidade e passar esses dias em casa. Bendito feriadão, recesso, férias coletivas!
Amanhã de noite quando as risadas encherem a sala, quando faltar gelo e os estômagos estiverem saciados, depois de alguém virar refri na mesa e todo mundo repetir a sobremesa, lembre de agradecer essa muvuca. Mesmo com toda a louça pra lavar, a sensação de bem-estar vai ser grande. Estamos vivos, unidos e prontos pra outra! Natal é nascimento. É agradecimento. É um cansaço que vale a pena.