Deve ter algum estudo científico que comprove a importância da rede no bem-estar das pessoas. Como pode um pedaço de pano colorido com franjas dos lados ser assim tão maravilhoso? Tá certo que estou de férias e posso me jogar a qualquer hora do dia ou noite. Pensando em você, resolvi sair do conforto da rede pra fazer uma profunda análise sobre o assunto.
Vou começar pela melhor parte: o torpor que a gente sente na rede, meio dormindo, meio acordado. Jesus!!! Nem remédio pra dormir funciona tanto. Eu queria engarrafar essa sensação e vender, o que me deixaria rica, mas quem pensa em negócios durante as férias? A cada embalinho, o corpo vai anestesiando, os olhos fecham, o pensamento se perde, o sonho brinca de realidade. No meio do cochilo, por mais quente que esteja, você vai sentir um friozinho e puxar um lado das franjas feito cobertor. Diferente do Nordestão grosseiro, que arranca guarda-sol e faz engolir areia, o vento que bate na rede é suave, gentil e hipnótico. É uma brisa, podia ser um sussurro. Só de olhar uma rede vazia com as franjas balançando, eu já relaxo.

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Cheiro de mar

Ler na rede, quer coisa mais gostosa? Ok, ok, namorar na rede é imbatível. E quando chove na praia, pra onde a gente vai? Acertou! Pra rede, esperar a chuva passar. Será que alguém consegue tomar decisões importantes deitado na rede? Mal consigo lembrar meu nome, imagina decidir algo.
No antigo apartamento onde eu morava, coloquei rede na sacada. Quebrava o galho, faltava cheiro de mar. Sempre que ando pela cidade e acho uma rede pendurada, automaticamente simpatizo com quem mora lá. Sabe o que falta pra eu me tornar uma especialista? Ir a Jericoacoara e me jogar naquela fileira de redes dentro da água. Dá um Google pra ver que delícia! O problema é conseguir voltar.

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