Coluna da Maga
Magali Moraes: exército de formiguinhas

Na sua casa elas também estão por toda parte? É só na minha que elas fazem fila indiana nos rejuntes do banheiro? Com todo esse calor, se eu fosse formiga eu ia preferir o geladinho dos azulejos. Ou melhor, faria plantão nos azulejos da cozinha pra ficar perto dos doces. Se elas gostam tanto do banheiro, deveriam procurar uma pasta de dentes sabor tuti-fruti ou um perfume adocicado. Mas não. As formiguinhas atuais perderam o foco e o paladar. Parecem desorientadas e perdidas, não conhecem GPS, preferem sair sem destino.
O único momento onde elas ligam o Waze e seguem todas a mesma rota é quando morre um inseto. Não dá um minuto e o defunto já fica cercado de formigas desesperadas. Eu sempre me pergunto: por acaso elas estavam escondidas embaixo do tapete? Atrás do pé da mesa? Elas recebem algum aviso de que tem um inseto nas redondezas prestes a bater as botas? Mistério.
Cravo e canela
Essas formiguinhas são de lua, adoram se enfiar nos cantos mais difíceis e nem sempre entram no açucareiro. Juro que não entendo! Elas devem rir da nossa cara quando a gente apela para truques caseiros. Eu consigo imaginar uma formiga falando "olha lá, rsrsrsrsrs, agora botaram cravo e canela!". A outra sacode a minúscula cabeça e diz "aposto que amanhã eles vão tentar casca de limão, escreve o que eu tô dizendo!" Um dia espero rir por último, nem que seja no dia mais frio do inverno, pensando nelas congeladas. Pior é que é fácil matar uma a uma, o problema é exterminar um exército delas.
As geladeiras trabalham mais por causa disso. Escondemos tudo lá dentro, até o pão se refugia na prateleira das frutas temendo uma invasão. Calma que tem quem goste de formiga, e não é o tamanduá. Chefs de cozinha estão colocando formigas amazônicas em seus pratos. Crocantes e apimentadas, tá servido? Obrigada, perdi a fome. Vou continuar matando as minhas sem piedade.