Coluna da Maga
Magali Moraes: na mais completa escuridão

É assim que eu gosto de dormir, no breu total, sem enxergar um pingo de luz no quarto. De ter que forçar os olhos pra enxergar algum vulto e as pupilas demorarem séculos pra dilatar. Escuridão de voltar do banheiro e bater o joelho na quina da cama, de ir tateando até encontrar o travesseiro e saber onde deitar. É o melhor jeito de cair a minha chave geral e eu dormir bem. Se tiver um buraquinho aberto na persiana, o sono não vem. Parece uma lanterna na minha cara. Abajur ligado? Apenas pra ler. E na mesinha de cabeceira, o celular virado com a tela pra baixo.
Cada um com suas preferências. Tem gente que só consegue dormir com claridade. Deixam a luz do corredor ou até a do quarto acesa, abrem a persiana, a janela inteira, pegam no sono com a TV ligada. Taí uma coisa que eu não aguento. Pior é acordar no meio da noite com uma luz que vem do quarto do filho e adivinha o que é? TV ligada.
Máscara
Na minha casa da praia tem muita claridade e pouca cortina. De dia é ótimo, de noite é um inferno. Como esse detalhe só incomoda a mim, resolvi o problema dormindo com uma máscara de olhos que ganhei de uma amiga. Eu coloco e o que vejo? Uma escuridão cheirosa, tem folhinhas de macela por dentro. Gostei tanto que comprei outra pra dormir comigo em Porto Alegre. Essa não tem perfume, mas tem recado. No lado de fora está escrito "Só mais 5 minutinhos". Que sonho!
Descobri que essa máscara também ajuda a evitar aquela clássica briga entre casais, pra ver quem apaga a luz primeiro. Adoro ler na cama, o Ricardo tem uma paciência de monge tibetano com o meu abajur aceso. E quando eu quero dormir e ele está grudado no celular? Como ter minha adorada escuridão? Esses dias ele pediu: "Não vai botar o tapa-olho?" Uma máscara charmosa reduzida a tapa-olho de pirata! Botei, né. Taí mais um segredo desse casamento de sucesso
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