Coluna da Maga
Magali Moraes: o Facebook e o desafio da maternidade

Semana passada, isso viralizou na timeline da mulherada. Mães marcavam umas às outras e se desafiavam a postar fotos dos filhos pra celebrar as maravilhas da maternidade. Juro que achei que já era maio e eu não tinha visto o tempo passar. Até desconfiei que fosse uma ação antecipada de Dia das Mães. Que nada! Esse desafio veio de fora, assim como o balde de gelo, lembra? Recentemente, os brasileiros celebraram antes da hora o Dia do Amigo só porque o Facebook estava de aniversário e decidiu que o 4 de fevereiro a partir de agora é Dia do Amigo. Também caí nessa, o vídeo era fofo.
Voltando ao desafio da maternidade. Adoro ser mãe, mas odeio correntes. Então, achei um jeito de não magoar as várias amigas que me desafiaram e postei as fotos. Só que interrompi a corrente marcando a mãezona, a mãe-coruja, o colinho de mãe (ou seja, ninguém). Ao redor do mundo, esse desafio ofendeu mulheres que se sentem pressionadas a serem a mãe perfeita (e existe isso?). Algumas corajosas se negaram publicamente a endeusar a maternidade lembrando do lado real, o cansaço, as culpas e privações que vêm junto com as estrias. Uma delas teve o perfil denunciado e bloqueado por ser tão sincera.
Imperfeitas
É, o mundo não é mais o mesmo. A internet dá um megafone e um chicote pra gente. As pessoas estão se abrindo e se julgando cada vez mais. Eu acho incrível a liberdade de poder falar e não acho justo o julgamento precipitado, como se todo mundo vestisse a toga de juiz.
Sou a mãe perfeita e imperfeita numa só. Não me imagino sem meus filhos. Ao mesmo tempo, não preciso imaginar o lado real da maternidade porque conheço cada fraqueza, dor e incerteza.
Minha conclusão: as mulheres precisam ser mais parceiras umas das outras, aceitando que não existe uma única verdade. E que o papel mais incrível de todos é o papel-toalha. Esse, sim, é perfeito.