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Estrelas da Periferia

Com música sobre violência doméstica, rapper Douggy, de Cachoeirinha, alerta e conscientiza

Aos 21 anos, músico do Bairro Jardim Betania pretende lançar o primeiro EP, com sete músicas, ainda no primeiro semestre do ano

29/03/2016 - 07h03min

Atualizada em: 29/03/2016 - 11h10min


Com um mercado musical cada vez mais disputado, desde muito jovem, Lucas Pedroso, hoje com 21 anos, já sabia que, para conquistar seu lugar ao sol no mundo da música, deveria ter um diferencial. Por isso, aos 15 anos, o rapper que assina como Douggy arregaçou as mangas e tratou de gravar sua primeira canção, Ser Igual, que já dizia a que vinha o adolescente do Bairro Jardim Betania, em Cachoeirinha.

– Naquela época, eu queria ser diferente em meio a tanta gente que fazia tudo igual. Era disso que tratava a canção – resume o cantor.

Ao mesmo tempo em que investia na carreira solo de rapper, aos 18, ele embarcou em um projeto musical com um amigo com quem criou o grupo Elesete. Foram inúmeros shows, segundo Douggy, até que, no ano passado, os dois voltaram a seguir caminhos individuais. No entanto, o desejo de ser diferente e único nunca ficou para trás nos planos do jovem, que usa as letras das suas canções para mostrar que música é coisa séria e pode ser um agente transformador da sociedade.

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Que o diga Coração Sombrio, composição de Douggy que fala sobre a violência contra a mulher.

– É uma história comum que a gente vê toda hora: o marido que bate na mulher na frente do filho. Mas ela acha que ele vai mudar, até que acaba em tragédia. Abordei a questão de forma dramática, porque eu quero tocar a pessoa que vai escutar, fazer ela pensar. Por que tanta violência? Como isso ainda acontece? – questiona ele.

Atualmente, Douggy calcula que tenha, em média, 20 canções na gaveta, das quais sete vão parar no primeiro trabalho oficial do cantor, intitulado Se7e, um EP que deve ser lançado ainda neste primeiro semestre.

A agenda de shows do rapper inclui locais em Porto Alegre, como a Usina do Gasômetro e o Sítio do Beto, e, na Região Metropolitana, casas como Lechiguana e Seven Club, ambas em Gravataí.

Em paralelo ao trabalho solo, Douggy ainda toca com um novo grupo, o Maasari, ao lado de outros dois amigos, que considera suas grandes inspirações. Aliás, nessa lista, incluem-se nomes como Cazuza, Nando Reis e Djavan:

– Tento buscar artistas de outras áreas para me influenciar. Acredito que cada artista tem um pouco a ensinar.

Pitaco de Quem Entende

Sandrão, do grupo CNBoys, ouviu o som de Douggy e se surpreendeu positivamente com o rapper:

– Nos dias de hoje, o rap mudou muito, tem batidas iguais, e o som do Douggy é diferenciado. As ideias são boas, as letras são bem boladas, as batidas, modernas, e ele canta com uma levada atual. Coração Sombrio tem história, um tema muito interessante, batidas envolventes e pesadas, mas dá pra rapaziada dançar na pista. Gostei muito e fico feliz com a evolução do rap com artistas como esse menino.

Mostre seu trabalho!

– Para participar da seção, mande um pequeno histórico da sua banda, dupla ou do seu trabalho solo, músicas em MP3 ou clipe e um telefone de contato para jose.barros@diariogaucho.com.br.

– Para falar com Douggy, ligue para 8900-0074.



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