Coluna da Maga
Aventuras capilares
Quanto tempo de vida uma mulher dedica a seu cabelo? Eu arrisco dizer a vida inteira. E não é futilidade. Vivemos uma relação de amor e ódio com ele, e isso nos ocupa mesmo. Sempre em busca do xampu perfeito, do tratamento mágico, do cabeleireiro que acerta o corte, do momento Gisele. Nosso humor é afetado se o cabelo acorda ruim. Já a autoestima bate nas nuvens se elogiam a cor, o brilho, o penteado. Ensinar as filhas desde pequenas a gostarem das suas madeixas é um legado que as mães deixam.
Muita terapia será economizada no futuro, acredite.Os homens também estão mais ligados no cabelo, e não só com a ausência dele. Os danados ficam charmosos grisalhos (ou entrando num processo de George Clooneyzação, como um amigo meu disse). E nós, que sempre odiamos fios brancos, estamos assumindo. Ou ousando nas cores. Nunca na história desse país se viu tanta mulher de cabelo rosa, azul, verde, vermelho, cinza-vovó (super na moda, aliás).
Tesouradas
Mexer no próprio cabelo é um calmante natural. Analisar as pontas duplas, prender e soltar, puxar uma mecha, enrolar com o dedo. Sabe o que eu amo? Pegar uma tesoura e ir pra frente do espelho. Me sinto destemida, chega a dar medo. Corto uma pontinha aqui, outra ali. E quando vejo, a pia encheu de cabelo. Acha que eu paro? Que nada, dou mais tesouradas. Eu abuso da sorte porque sou crespa, o que disfarça acidentes de percurso. E a mulherada confiante que corta o cabelo de filho, marido, namorado?
A gente senta toda medrosa na cadeira do cabeleireiro e fica controlando cada milímetro que ele corta, mas em casa chuta o balde e se gruda na tesoura como se não houvesse amanhã. E quando a franja dá errado? As lisas não conseguem disfarçar. Vão cortando, subindo, tentando emparelhar e a franja se afasta quilômetros de distância das sobrancelhas. Quem nunca fez o look caminho de rato? Cabelo cresce. Daí a gente apronta de novo.