Estrelas da Periferia
Cria da Escola de Mc's do Campo da Tuca ganha asas
MC Veja, 25 anos, funkeiro do Bairro Partenon, é cria de iniciativa na Zona Leste da Porto Alegre, que descobre novos talentos do gênero por aqui.
Uma iniciativa que vem mudando a realidade de jovens aspirantes a funkeiros na Capital foi fundamental para o crescimento de um novo nome do gênero por aqui. Há cerca de um ano e meio tentando a sorte no funk, Thalles Fernando Terragno, 25 anos, o MC Veja, morador do Bairro Partenon, na Zona Leste da Capital, teve um empurrão importante ao participar da iniciativa Escola de MC's, no Campo da Tuca. A instituição forma novos funkeiros e tem, entre os seus professores MC Sabha, revelado aqui, na seção.
– O curso ajuda muito, dá um norte para essa gurizada que está começando. Eu peguei uma noção de como fazer um funk mais comercial, que chegasse nas rádios, por exemplo – diz Veja.
Depois do curso, o MC não economizou esforço para tentar o sucesso. Quando lançou a sua principal canção de trabalho, Festa na Piscina, por exemplo, em 2014, enfrentou um dilema típico de quem está começando: a falta de grana para gravar o primeiro clipe.
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Investimento
Na época, cursava Publicidade e Propaganda e trabalhava oito horas por dia, na loja da mãe. Sem recursos, vendeu o Uno que tinha – e que o levava para os shows –, para gravar o vídeo, que custou cerca de R$ 1,6 mil e teve imagens feitas em Torres, na Praia da Guarita e em um hotel.
– O clipe ficou da hora! Eu sabia que ter um vídeo era fundamental para que a carreira desse um salto – reconhece Veja.
Depois da gravação, a agenda do funkeiro começou a ficar cada vez mais cheia. Ele chegou a fazer um show no Rio de Janeiro, no Baile Funk do Arará, um dos principais eventos do gênero por lá.
– Quando a MC Carol (funkeira carioca) me chamou, a galera estava desconfiada: funk de gaúcho, aquela coisa (risos)... Depois, a turma entrou na onda – relembra.
Convicto de que alcançará o tão sonhado estrelato, Veja largou a sua faculdade e o emprego com a mãe. Até agora, segundo ele, tem valido a pena.
– Neste fim de semana, passei da marca de cem shows, desde o começo (há cerca de um ano e meio). Com quatro shows mensais, há cerca de cinco meses, posso dizer que me sustento do funk – comemora, orgulhoso das suas conquistas.
Pitaco de quem entende
O produtor artístico Adriano Brasil dá a sua dica ao funkeiro.
– O clipe tem boa produção, uma letra que faz sucesso com a galera que curte esse funk mais descolado. Fala sobre as coisas que os jovens curtem: mulheres, carros e roupas de marca. O interessante é que o Veja siga fazendo o que conseguiu neste clipe: apostar em letras insinuantes, mas que não caiam nos funks proibidões – orienta.
– Para participar da seção, mande um pequeno histórico da sua banda, dupla ou do seu trabalho solo, músicas em MP3 ou clipe e um telefone de contato para jose.barros@diariogaucho.com.br.
– Para falar com MC Veja, ligue para 8176-4383.