Coluna da Maga
Meu reino por um café com leite
Me convide pra um expresso, carioquinha ou cappuccino que eu aceito faceira. Mas sou louca mesmo é por café com leite. Dentro do meu coração, é pra ele que a mesa está sempre posta. E com caneca porque xícara é pequena pra tanto amor. Prefiro nem tão claro, nem tão escuro. Sem adoçante e sem açúcar. O leite tinindo de queimar a língua (com aquela fumacinha de chaminé saindo em cima). O cabo da colher pra tirar a nata que sobrou. Café instantâneo ou passado, não importa. E a vida em pausa até eu terminar o último gole.
Café com leite é meu chimarrão. Um jeito menos traumático de acordar e começar o dia. Essa bebida é a simplicidade em pessoa, é quase um carinho. E tem gostinho de família. Sabe cafezão da tarde no domingo, com todo mundo falando ao mesmo tempo? Bem assim. Já sobremesas com café não me interessam. Versões geladas da bebida também passam reto pelo meu paladar. Talvez eu goste tanto de café com leite porque lembra a minha vó. Ela não jantava, tomava sempre seu café sagrado. Quantas vezes fui dormir na casa dela quando pequena e participei desse ritual (peraí, deixa eu suspirar de saudade).
Combinação perfeita
Só tem um problema. Café com leite pede um pãozinho. Eita combinação perfeita! Nem vou falar de bolo, manteiga, requeijão, geleia ou doce de leite pra acompanhar. Vai que você ainda não tomou café da manhã e está lendo a coluna em jejum. Então vou pular direto para a parte decorativa, lembrando que uma caneca bonita valoriza o conteúdo. Um dia eu conto da minha coleção, tá?Semana passada teve o Dia Internacional do Café (como gostam de inventar datas!). Parece que o leite não foi chamado pra festa. É que nem comemorar o dia do feijão sem lembrar do arroz, seu parceiro de todas as horas. Enquanto tomar muito cafezinho nos deixa agitados e quase grudando no teto, café com leite acalma os ânimos. Nos últimos dias, é o que nosso país está mais precisando.