Hoje tem enquete: dá um nervoso quando a bateria do celular está na metade e você não acha tomada por perto? Se esquece o celular ou o carregador em casa, volta pra buscar? Você nunca desliga o celular? Quando ele cai no chão, parece que um boneco de vudu te derruba junto de tanto que dói? Você e seu celular só saem da cama depois de conferir a previsão do tempo? Se as suas respostas foram sim, estamos juntos. Somos dependentes desse retangulinho que vicia, distrai, informa e parece uma extensão dos nossos dedos. Meu nível de dependência é tão alto que prefiro levar o celular na mão do que dentro da bolsa, pra ter certeza absoluta de que ele está comigo.

Se eu falar da praticidade, você me entende? Escrevo colunas, rastreio a filharada, vejo e-mails, mando recado de voz pra eu mesma, leio notícias, assisto a vídeos, tenho companhia pra comer sozinha num restaurante, confiro se não ficou alface no dente, ouço música, tenho co-piloto no trânsito, faço compras, pesquisas e serviço de banco. Também uso o celular como escudo contra chatos (é só olhar fixamente pra tela) e ele ainda vira lanterna se faltar luz. Posso até telefonar pra alguém, olha que maravilha!

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Memória preguiçosa

Antigamente precisava de rádio pra ouvir música, câmera pra fotografar, agenda pra anotar os compromissos, despertador pra acordar (lembra do rádio-relógio?). Depois que inventaram o smartphone, tudo isso virou sucata. Nossa memória está mais preguiçosa, é verdade. Com celular ninguém precisa decorar nada. Peguei a mania de fotografar coisas como se fossem bilhetes pra lembrar: embalagem de remédio, documentos, lista de supermercado, endereço.

Celular é como açúcar, quanto mais a gente consome mais vontade dá. Amizade é emprestar o cabo do celular mesmo quando o seu ainda não terminou de carregar. Felicidade é a bateria marcando 100%. Sabedoria é largar o celular pra dar atenção a quem você ama.

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