Coluna da Maga
Cheirinho de talco
Purificador de ar pra banheiro já vem com um dilema: usar ou não usar? Assunto delicado, eu sei. Depois de tantas colunas, temos intimidade pra falar nesse pequeno drama cotidiano. As opiniões variam se o purificador disfarça ou atrapalha. Vai dizer que essa dúvida nunca surgiu entre as quatro paredes de um banheiro? Se for no trabalho ou na casa de alguém, a decisão pesa ainda mais. Às vezes não tem escapatória, o destino decide por nós. Melhor borrifar e sair de fininho. O problema é o aroma característico do purificador. Deveria abafar o caso, e o que acontece? Acusa o indivíduo. Tem cheiro de culpa no cartório. Fica impregnado no ar e te segue até a sala, onde todos estão comentando por que você demorou tanto lá dentro. Lavanda, Flor do Campo, Maçã Verde, Capim Limão. Eu apostaria na pureza do Cheirinho de Talco. Esse nome tem carisma e lembra a ingenuidade dos bebês (eles nunca são criticados quando poluem o ambiente). Seria infinitamente preferível abrir a janela pra arejar, se os banheiros de hoje tivessem janelas. Aquele motorzinho de ventilação pode ser bem intencionado, mas não faz milagre. Vela aromatizada? Fósforos, quem sabe?
Lactobacilos vivos
Graças ao poder dos lactobacilos vivos, os comerciais de TV mostram que uma vida intestinal tranquila está ao alcance de todos. Não vamos generalizar, gente! Ao entrar num banheiro e ver o sugestivo purificador de ar em cima da pia, eu já fico tensa (pra não dizer bloqueada). O recado está dado. Odores não são bem-vindos. Alguém comprou esse treco e é pra ser usado. Meu lado rebelde manda eu passar um batonzinho e sumir dali. O melhor lugar do mundo pra fazer número dois é em casa, essa é a verdade.
Se eu fosse dar um único conselho, diria: não gaste com purificador de ar. Invista a grana no papel higiênico macio e perfumado. Folhas duplas, triplas, quádruplas. Conforto e carinho em forma de rolo. Porque a vida é uma só.