É assim que me sinto com obra em casa. Cheia de ideias e já catando moedas. Logo termina a função. Isso se eu não inventar mais nada. Você já viu esse filme? A gente acredita que vai mexer somente no previsto. Faz as contas e pensa: vai dar! Não dá, não. Uma coisa leva à outra e começa o famoso JÁ QUE. Já que vai revestir a churrasqueira, inventa um balcão. Já que vai arrumar aquela rachadura e comprar massa corrida, muda a cor da parede. Já que o pedreiro tá na área, troca a lajota quebrada. Já que vai mexer no chão, muda a cortina (uma coisa não tem nada a ver com a outra, eu sei). Já que o pessoal trabalha tão bem, faz um orçamento pra arrumar o teto. E a empolgação espalha pela casa feito pó de gesso.
Chega uma hora em que dá vontade de renovar algo ou tomar coragem pra fazer a obra adiada. O problema é que o cantinho que fica 0km destoa do resto. É nesse momento que perdemos a noção (pior seria perder o bom gosto). O conjunto da obra é importante, daí queremos mudar tudo ao redor. É como eu me encontro atualmente. Organizo uma rifa pra seguir adiante ou sou amordaçada no banheiro.
Cimento
Lembrei daqueles programas de TV que escolhem um sortudo e mudam a casa inteira. Sabe por que o cidadão dá gritinhos de alegria? Porque tiram ele lá de dentro durante a confusão! Claro que ele está contente por não ter gasto dinheiro. Agora vale quanto não se incomodar, não ter que decidir nada, não comprar tinta errada e voltar pra trocar, não ficar na dúvida se a invenção vai funcionar?Esses dias ouvi uma frase ótima do senhor que está tocando a obra aqui em casa. "Eu acho a senhora tão simpática, mas chora muito!!" Morri de rir. Pechinchar é necessário. E ajuda ter paciência. Foi você que começou essa lambança, lembre-se! Quando toca a campainha e entra a lona preta ou o papelão pra forrar o chão é porque o buraco é mais embaixo. Haja cimento. Depois é só alegria.