Se você quer perder a fé na humanidade, leia os comentários raivosos que algumas pessoas despejam na internet. É uma turma que gosta de espalhar ódio sem motivos, que tristeza ser assim. Você está numa boa vendo um vídeo, lendo uma notícia e tropeça nesses comentários que não somam nada. Só geram poluição emocional. Essa praga tem nome: são os haters. Numa tradução livre, os que odeiam tudo e todos. Os haters têm uma necessidade de botar pra fora o vazio das suas vidas.

Semana passada, apareceu uma figura dessas na minha caixa postal. A crítica (que sempre será bem-vinda) se perdeu no meio de um textão raivoso. Então vamos alinhar as expectativas, como falam no meu trabalho. Essa coluna é entretenimento, não é notícia. É uma conversa sobre assuntos leves do dia a dia pra ajudar o leitor a aliviar a cabeça e relaxar. Esse tipo de texto se chama crônica e cada colunista tem o seu jeito de enxergar o cotidiano.

Livre pra escolher

Quem fica com a parte pesada são as notícias, e o DG faz um belo serviço cobrindo, investigando, informando. Como ninguém aguenta o tempo todo só problemas econômicos, políticos, sociais (e o Brasil é campeão nisso), o entretenimento equilibra tudo. Já pensou um jornal sem quadrinhos, horóscopo, famosos, novelas? Pesado como uma bigorna.

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Não espere que eu escreva sobre assaltos, corrupção, famílias assassinadas, violência no trânsito, sofrimento, miséria, tragédias. Pelo contrário. Vou continuar falando dos potes plásticos, das tampas de iogurtes, dos filhos, do amor, da simplicidade de um café com leite. Não é alienação da realidade, é uma escolha. O leitor também é livre pra escolher se quer ler ou não. E tem a questão do respeito. Vou dar um exemplo prático. Se alguém não gosta de churrasco, isso não significa que pode entrar numa churrascaria pra xingar o assador. É só não comer churrasco, poxa. Impossível agradar a todos. Simples assim.