Depois de uma semana congelante, cheguei a uma conclusão: reclamar do frio não provoca aquecimento corporal. As mãos e pés seguem gelados, por mais que a gente se revolte com a temperatura baixa. Nem a boca fica quentinha, apesar de repetir "ai que frio!!" vinte vezes ao dia. Desperdiçamos uma boa energia reclamando. Tirar foto da lareira acesa e postar no Facebook não esquenta a timeline de ninguém. Da mesma forma, compartilhar a temperatura que aparece no celular não faz o termômetro subir (a sensação térmica piora, aliás).

Existe um truque mágico pra combater o frio. Usar a roupa certa! E ajuda bastante os filhos terem noções básicas sobre a diferença dos tecidos. Mais especificamente, entender que moletom é moletom, lã é lã. Nessa friaca de Alasca, usar só moletom é como sair por aí de sunga. Lã, sim, é a pedida. Empilhar dois moletons no corpo não é igual a vestir jaqueta. Aliás, os filhos precisam parar de implicar com jaquetas (lembrando que camisa de flanela não é jaqueta). Outra polêmica são os botões e o zíper. Dá pra fechar eles até em cima, sabia? Atenção maridos calorentos, que acham que camiseta manga longa esquenta tanto quanto lã. Essa coluna educativa também é pra vocês. Camiseta é camiseta!

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Armário cheio

No frio, a gente demora muito mais pra se vestir. Falta coragem pra tirar o pijama. Leva tempo decidir as camadas pra compor o look cebola e ir descascando ao longo do dia. Haja gorro, manta, luva, bota, meia quentinha. Mas reclamar do frio com o armário cheio é fácil, né?

Agora imagina quem mora nas ruas. No Facebook estão pedindo para as pessoas saírem de casa nos dias mais frios levando um casaquinho extra pra doar a alguém encarangado. Tá sobrando roupa sem uso? A filharada faz pouco caso da lã? Então coloca tudo numa sacola e dá pra quem vai usar e te agradecer. Uma boa ação esquenta o coração, principalmente. Isso que o inverno ainda nem começou.