Quem observa de fora pode nos ajudar a enxergar melhor. "Mas o que tá acontecendo no teu trabalho, mãe?" Com essa frase, um sábio de 16 anos me forçou a parar e desacelerar. Esse guri amado deve ter visto fumacinha saindo da minha cabeça e apitando, como fazem as válvulas das panelas de pressão. Tem dias em que a gente quase vira uma delas. Pra não explodir, tem que se controlar. Mais garantido é ter por perto alguém que nos ame o suficiente pra alertar a tempo. E nos ajudar a soltar o vapor, o mau humor, a tensão, o cansaço que cega.

Sabe o que eu fiz depois dessa? Dormi mais cedo. Deixei coisas por fazer e me obriguei a relaxar. Eu não quero ser panela de pressão. Prefiro ser frigideira sem tampa que respinga pra longe o calor, o azeite, a comida e suja o fogão. Lavou, tá nova. Cada um tem os seus motivos pra explodir. Pode ser excesso de trabalho ou a falta dele, problemas de saúde, rolos de família, finais de relacionamento, mudanças de vida que desestabilizam. A questão é que a saúde é uma só. Te cuida, vai.

Exaustos e correndo

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A vida corrida que a gente leva é mesmo necessária? Esses dias li um artigo maravilhoso da jornalista gaúcha Eliane Brum, chamado Exaustos-e-correndo-e-dopados (assim tudo junto, emendando um cansaço no outro). Ela questiona essa loucura em que nos metemos. Todos acelerados, conectados, multitarefas, esgotados, passivos. O trabalho que invade o lazer. O sofrimento do corpo pela falta de sossego e de silêncios. Quando tudo é urgência nada é urgência, diz ela.

Estabelecer limites é um começo. Respirar beeeem fundo é um truque que sempre alivia a pressão. Ouvir música, ter um passatempo, aprender algo novo (uma receita, instrumento, ponto de tricô), tomar um chimas no parque, dormir bem, conversar com o filho. Falando nisso, obrigada, Fabinho! Pode continuar perguntando como foi o meu dia. Vou achar coisas legais pra te contar.

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